Novos processos na unidade para pessoas sem-abrigo da Santa Casa aumentaram 28% em 2024

Unidade da Santa Casa de Lisboa que atende pessoas em situação de sem-abrigo teve um aumento de 28% em novos processos no primeiro semestre de 2024. Ministra da Segurança Social vai visitar o espaço.

Foto
A Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo realizou cerca de 15.500 atendimentos em 2023 Paulo Pimenta
Ouça este artigo
00:00
02:10

A Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, visitada esta quinta-feira, 18 de Julho, pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, teve um aumento de 28% de novos processos, anunciou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que gere o espaço.

Segundo a SCML, em 2023 "a UAPSA [Unidade de Atendimento à Pessoa em Situação de Sem-Abrigo] realizou cerca de 15.500 atendimentos, correspondente a quase 3900 pessoas diferentes" e "abriu ainda 1035 novos processos de acompanhamento".

No entanto, "nos últimos meses, este equipamento tem vindo a registar um aumento da sua actividade, quer pela via dos pedidos de ajuda, quer pela resposta que tem sido dada pelos serviços e técnicos especializados da Santa Casa" e "no final do 1.º semestre de 2024, regista-se um aumento de 28% de novos processos abertos face ao período homólogo", refere a SCML.

Rosário Palma Ramalho será acompanhada pelo provedor da SCML, Paulo Sousa, na visita àquela unidade que "assegura o atendimento e acompanhamento social individualizado às pessoas em situação de sem-abrigo e/ou com domicílio instável na cidade de Lisboa, incluindo requerentes de protecção internacional".

Segundo a SCML, "a intervenção da UAPSA é de uma enorme importância para estas pessoas que estão numa situação de grande fragilidade social, porque encontram naquele equipamento uma primeira resposta às necessidades mais imediatas, que podem ir desde apoio alimentar a alojamento de emergência, passando por ajuda em questões burocráticas ou logísticas, até à intervenção na área da saúde física e mental".

Na quarta-feira, o coordenador da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA) admitiu que o custo da habitação contribuiu para criar um novo perfil de excluídos, que incluem mais jovens e imigrantes.

Os dados nacionais mais recentes de sem-abrigo remontam a Dezembro de 2022 (10.700 pessoas na condição de sem-abrigo), mas o gestor admitiu um aumento dos casos. "Há um aumento de sem abrigo mas também um aumento das pessoas que saem da condição", afirmou o gestor, que não se quis comprometer com números, alegando que o levantamento nacional ainda não está concluído.