Avaliação sobre actuação do Ministério Público e de Lucília Gago melhora

Comparando com o final de Maio, há uma evolução positiva na avaliação dos portugueses, já que nessa altura mais de metade dos inquiridos (56%) dizia que a actuação era má ou muito má.

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Eleitores ainda estão muito divididos sobre avaliação do trabalho do Ministério Público e da procuradora-geral da República Nuno Ferreira Santos
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A avaliação que os portugueses fazem da actuação do Ministério Público (MP) e da procuradora-geral da República nos últimos tempos melhorou em relação a Maio deste ano, mas as opiniões sobre se essa prestação foi positiva ou negativa estão muito equilibradas. Tão equilibradas que a diferença é de apenas um ponto percentual, com vantagem para quem faz uma avaliação positiva (48%) da prestação da cúpula do MP.

O trabalho de campo da sondagem do Cesop para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 foi feito no dia e nos seguintes (entre 8 e 13 de Julho) à entrevista que Lucília Gago deu à RTP e na qual disse que António Costa é agora apenas testemunha, deixou críticas a Marcelo, sobre o caso das gémeas, e à nova ministra da Justiça e ainda afirmou que existe uma "campanha orquestrada" contra esta magistratura. Estas posições e algumas explicações da procuradora-geral poderão ter ajudado a melhorar a percepção pública do trabalho do MP e da sua própria actuação neste último ano em relação, por exemplo, à Operação Influencer, que levou ao pedido de demissão de António Costa.

Aos 37% dos inquiridos que consideram que a actuação do MP e da procuradora nos últimos tempos foi "razoável", juntam-se 9% que dizem que foi "boa" e 2% que responderam que foi "muito boa"- o que resulta numa avaliação positiva de 48% dos eleitores. Em Maio, a soma das opiniões positivas chegava apenas aos 42%: era razoável para 35%, boa para 6% e apenas 1% diziam que era uma actuação muito boa.

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Do outro lado, para os críticos, 17% fazem uma avaliação "muito má" e 30% consideram que a actuação foi "má", ou seja, a tendência negativa é de 47%. Em Maio, essas percentagens tinhm sido, respectivamente, de 22% e 34%. A importância desta diferença mínima dilui-se quando se tem em conta que a margem de erro máximo da sondagem é de 3,2%.

Comparar os resultados das duas sondagens permite também perceber qual o eleitorado que mais mudou de opinião sobre Lucília Gago e o MP e terá contribuído para o aumento da avaliação positiva: o da AD e, sobretudo, o do Chega. Dos inquiridos que dizem ter votado na AD (a coligação PSD/CDS/PPM), 42% fazem uma avaliação muito má ou má, igual percentagem respondeu "razoável", e 14% dão nota "boa" ou "muito boa". Comparando com Maio, houve uma ligeira descida na apreciação má e razoável e uma duplicação de quem faz a avaliação muito positiva (era de apenas 7%).

No caso dos eleitores do Chega, estes mostram-se muito mais satisfeitos com o MP e a procuradora-geral. Os que respondem que é uma actuação boa ou muito boa passaram dos 9% para 25%, enquanto os que dizem que é muito má reduziram-se de 49% para 32%. No último mês, desde que o presidente da Assembleia da República defendeu que Lucília Gago devia dar explicações no Parlamento, foi o Chega que mais se colocou ao lado da procuradora-geral no sentido de defender que não deve falar sobre casos que têm gerado polémica, apesar de ser também o partido de André Ventura que habitualmente faz a pior avaliação sobre o estado da justiça.

Já os socialistas não mudaram comparativamente com a sondagem de Maio e continuam a ser quem dá a pior classificação ao MP e a Lucília Gago: uma larga maioria de dois terços (63%) dos inquiridos que dizem votar PS avalia como "muito má" ou "má" e apenas 4% têm a opinião oposta. A avaliação dos eleitores do PS é muito idêntica à da sondagem anterior, quando António Costa ainda não tinha sido ouvido no âmbito da Operação Influencer.

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