MAI promete “tolerância zero” com movimentos radicais dentro das polícias

Margarida Blasco garante que será intransigente com crimes de ódio e diz que está a apostar na formação para “tirar a fruta podre” das forças de segurança.

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Margarida Blasco, ministra da Administração Interna Enric Vives-Rubio
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A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, promete ter "tolerância zero" com movimentos radicais e ser intransigente com os crimes de ódio e diz que está a apostar na formação para "tirar a fruta podre" das forças de segurança.

Num entrevista ao Diário Notícias e à rádio TSF, Margarida Blasco garante que nem o Governo, nem as direcções nacionais, nem os comandos pactuam com movimentos radicais. "Os polícias são cidadãos, mas não são uns cidadãos quaisquer. São cidadãos que defendem a ordem pública, defendem o cidadão. São um dos pilares da democracia e do Estado de Direito e não é admissível que haja movimentos radicais dentro das forças de segurança", afirma.

Na entrevista, a governante diz crer que estes movimentos "vão desaparecer rapidamente", pois está a ser dada formação que vai "retirar a fruta podre do grande cesto que são as forças de segurança". "Desculpem esta imagem, mas é para filtrar", acrescenta.

Margarida Blasco valoriza o facto de as forças de segurança não se terem deixado instrumentalizar quando, na semana passada, o Chega solicitou a sua presença na Assembleia da República. "Num universo de 45.000 polícias, as principais organizações sindicais vieram a terreiro dizer que não se sentiam vinculadas, que não queriam ser instrumentalizadas", lembrou a governante.

Questionada sobre a formação em direitos humanos, uma preocupação que tinha enquanto inspectora-geral da Administração Interna, Margarida Blasco diz que "é dada muita formação nessa área" e garante que é "perfeitamente intransigente" em relação aos crimes de ódio.

"É uma situação em que eu, quando estava na IGAI e agora como ministra, sou perfeitamente intransigente. Não há abertura nenhuma nem complacência", sublinha.

Reconhece que se trata de "um fenómeno mais alargado" e fala de um conjunto de medidas relativamente às agressões, aos crimes de ódio e à xenofobia em que o Governo está a trabalhar.

Sobre o acordo a que o Governo chegou com as forças de segurança – com um valor de 300 euros para o subsídio de risco –, a ministra lembra que há ainda um pacote de medidas a negociar, das quais destacou a revisão do estatuto e das carreiras. Em relação a esta matéria, disse que já está agendada uma reunião para 6 de Janeiro de 2025.