PJ desmantelou rede criminosa que vendia cartões SIM para burla “Olá, Pai/Olá, Mãe”
A operação resultou na apreensão de 1300 cartões SIM encontrados na sequência de várias buscas num conjunto de lojas no centro de Lisboa e duas buscas domiciliárias na margem sul.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira que desmantelou uma estrutura criminosa ligada ao esquema de burlas “Olá, Pai/Olá, Mãe”. Cinco pessoas individuais e três colectivas foram constituídas arguidas após buscas no centro de Lisboa e na margem sul.
Esta operação resultou na apreensão de 1300 cartões SIM encontrados na sequência de várias buscas num conjunto de lojas no centro de Lisboa e duas buscas domiciliárias na margem sul.
“A investigação identificou todos os que colaboraram no processo de facilitação das cerca de 50 dezenas de milhares de cartões SIM”, afirmou a PJ em comunicado. Esses cartões eram oferecidos em festivais de música e museus e era possível utilizá-los gratuitamente durante 15 dias. A partir daí era só abrir contas de WhatsApp com diferentes cartões e espalhar a burla de forma massiva.
Esta rede angariava esses cartões e vendia-os para utilização da estrutura criminosa. As vítimas, maioritariamente idosas, enviavam dinheiro para os criminosos, acreditando que estavam a ajudar os filhos em situações de emergência.
Em Maio deste ano, a investigação do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ permitiu identificar e localizar o possível “ponto de difusão das mensagens”. Na altura, após buscas e apreensões, foi detido um suspeito a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva. O homem actuava com sete modems que operavam 224 cartões em simultâneo. Entre Maio de Novembro de 2023, operou um total de 43 mil cartões.
Nessa operação, foram apreendidos 8 mil cartões SIM — desses, 7 mil estavam por utilizar. Esse número “revela a grandeza do esquema criminoso e as potencialidades de propagação de mensagens, que vitimaram largas centenas de cidadãos em todo o país”, disse a PJ em comunicado.
Há menos de um mês, um casal detido por suspeita de branqueamento e burla qualificada no âmbito da mesma investigação, ficou obrigado a apresentações bissemanais e entrega de passaporte e proibido de se ausentar do país.