Investigação da ONU: míssil contra hospital pediátrico em Kiev foi lançado da Rússia

Equipa avaliou vídeos e investigou local da tragédia para apurar causas: impacto directo de míssil russo terá causados os estragos. Morreram pelo menos 36 pessoas e dezenas ficaram feridas.

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Hospital foi destruído Thomas Peter / REUTERS
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Terá sido um míssil lançado pela Rússia a causa da destruição do hospital pediátrico Okhmadyt, em Kiev, na madrugada desta segunda-feira. A missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a monitorização dos direitos humanos esteve no local e anunciou as principais conclusões da investigação preliminar: a destruição da infra-estrutura foi causada por um impacto directo e, de acordo com os indícios recolhidos, o míssil terá sido lançado a partir de território russo.

“Análise das imagens de vídeo e uma avaliação feita no local do incidente revelam uma grande probabilidade de que o hospital pediátrico tenha sofrido um impacto directo, em vez de ter sofrido danos devido à intercepção de um sistema de armamento [drone]”, declarou Danielle Bell, responsável pela equipa da ONU que investigou este ataque, em declarações citadas pelo jornal The Guardian.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, acusou a Ucrânia de ter destruído o próprio hospital, versão refutada por Kiev e contrariada por esta análise da ONU. Pelo menos 36 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, não sendo ainda possível apurar quantas pessoas permanecem nas ruínas desta infra-estrutura. Pelo menos quatro vítimas são crianças, com António Guterres, secretário-geral da ONU, a descrever o bombardeamento como “particularmente chocante”.

O repúdio deste ataque não se limitou às potências e instituições ocidentais. O primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, disse ao Presidente russo que a morte de crianças inocentes é algo de muito doloroso. As declarações do responsável indiano foram dirigidas a Vladimir Putin no Kremlin, durante um encontro entre os dois líderes esta terça-feira. Modi defendeu ainda que a solução para o conflito com a Ucrânia não será atingida no campo de batalha: “Temos de conseguir atingir a paz através do diálogo.”

Há vários meses que a Rússia leva a cabo ataques aéreos contra alvos em toda a Ucrânia, geralmente visando a infra-estrutura energética, mas por vezes atingindo igualmente áreas residenciais no centro das cidades. Moscovo garante que não ataca propositadamente locais civis, embora considere, por exemplo, a rede energética ucraniana um alvo militar legítimo.

Os constantes ataques aéreos russos têm sido dados como exemplo pelas autoridades ucranianas para pressionar os seus aliados a reforçarem o apoio militar para Kiev. “As nossas capacidades de defesa continuam a ser insuficientes, precisamos de mais sistemas de defesa aérea”, afirmou esta segunda-feira o ministro da Defesa, Rustem Umerov, nas vésperas da cimeira da NATO em que a ajuda militar à Ucrânia será um dos temas em cima da mesa. Com Reuters

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