Em Coimbra, o caos está para durar. Que cidade ficará para o Metrobus?
As ruas estão esventradas, o comércio desespera. As obras do Metrobus viraram a cidade do avesso. Na câmara acredita-se no projecto. “Teremos uma nova cidade”, diz a vereadora da Mobilidade.
Uma nuvem de pó levanta-se do chão à passagem de uma carrinha das obras, e Célia Fernandes sacode com as mãos as partículas que ficaram na sua banca de roupa e calçado. “Isto é um inferno. Uma poeira desgraçada todos os dias.” A frase é uma espécie de pregão para os comerciantes daquela e das outras zonas da cidade, que nos últimos dois anos começaram a assistir a uma autêntica revolução nas ruas, com as obras do Metrobus. E ali, naquela praceta junto à Loja do Cidadão, que cruza a avenida central com a Fernão de Magalhães, estão para durar. “Temos de aguentar, o que é que vamos fazer?”, questiona Célia, que herdou a banca da mãe, Júlia Mafra, um legado com mais de 40 anos que já veio do Largo da Maracha para ali. Ela e outros comerciantes esperam ainda por uma solução que a câmara ficou de arranjar, depois de uma reunião em que lavraram o protesto perante o que agora sentem na pele, todos os dias. “Tiraram-nos de lá para pôr os carros. E aqui não se vende nada”, queixa-se a vendedora.
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