Euro 2024: Espanha elimina Alemanha e segue para as “meias”

Golo de Merino, no último minuto do prolongamento, garantiu apuramento da “roja” no Europeu.

Foto
Morata em luta com o alemão Tah Kai Pfaffenbach / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
03:39

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Espanha garantiu esta sexta-feira, no último suspiro do prolongamento, em Estugarda, frente à Alemanha, um triunfo por 2-1 e a respectiva qualificação para as meias-finais do Euro 2024, feito que consegue pela quarta vez nas últimas cinco edições.

A Espanha, com um golo de Dani Olmo (51') preparava-se para somar a quinta vitória consecutiva na prova, que despediria a selecção anfitriã e Toni Kroos, numa tarde negativa. Mas Wirtz tinha outros planos, conseguindo o empate (89') que levou a decisão para o prolongamento.

A vingança de Merino (119') surgiria já com as equipas a pensarem nos penáltis, deixando a Alemanha de fora do seu Europeu.

A Espanha tentou uma abordagem autoritária, pressionante, empurrando os alemães para o seu meio-campo defensivo e conseguindo mesmo criar um punhado de lances na aproximação à baliza de Neuer.

Pedri dispôs da primeira grande ocasião, vincando a imagem de uma Espanha forte, ao nível do demonstrado nos quatro jogos anteriores, em que se bateu com selecções como a Itália e a Croácia.

A Alemanha, com Emre Can a surgir no "onze" inicial de Nagelsmann como facilitador das transições entre a zona de influência de Toni Kroos e a frente de ataque, experimentava dificuldades acrescidas e poderia ter ficado em muito maus lençóis após um par de entradas duríssimas de Kroos sobre Pedri.

O árbitro contemporizou, poupou nos cartões e deixou o médio ex-Real Madrid impune, quando se impunha a expulsão. Pior sorte teve Pedri, que abandonou lesionado na sequência da segunda falta do alemão.

Apesar do início promissor, a Espanha acabou por ser neutralizada pela “mannschaft”, que foi construindo um jogo de posse. Sensivelmente a meio da primeira parte, Kai Havertz surgiu na área para cabecear após cruzamento de Kimmich.

O jogador do Arsenal voltaria a dar nas vistas numa finalização venenosa, a receber no peito uma bola longa de Rüdiger e a rematar para defesa de Unai Simón, perante a impotência de Le Normand. De referir que nessa altura já Rüdiger e Le Normand tinham sido punidos disciplinarmente e excluídos da meia-final.

A Espanha ainda tentou reactivar o ataque, já com Olmo em campo, conseguindo apenas afirmar-se como a equipa mais rematadora, com mais do dobro das finalizações (8-3), perante uma Alemanha que foi assumindo o controlo aos poucos para terminar por cima na posse de bola (53%).

Sané, Can e Le Normand não regressaram para uma segunda parte, que voltou a ter maior pendor ofensivo dos espanhóis, com Morata a ameaçar desfazer o nulo logo no segundo minuto. O golo não tardaria, surgindo mesmo na sequência de nova assistência de Yamal, a oferecer uma linha de crédito a Olmo, que se desfez da marcação de Andrich para bater Neuer (51’).

O seleccionador alemão redimensionava a equipa com Mittelstädt e Füllkrug (que salvara a equipa frente à Suíça), mas a Espanha explorava a capacidade de esconder a bola para se manter confortável, deixando ainda Olmo à espreita uma transição, como a que Kroos controlou com a sétima falta pessoal.

Sem nada a perder, a Alemanha começou por aproveitar algumas hesitações da defesa espanhola para tentar sair em segurança do quarto de pânico. Mas o melhor que conseguia era um remate de Füllkrug ao poste e um chapéu de Havertz num erro de Unai Simón.

Da pressão final nada parecia resultar, com a Espanha a resistir às tentativas desesperadas dos alemães. Só que num cruzamento para a área, em que Kimmich ganhou de cabeça a Cucurella, Wirtz, autor do primeiro golo deste Europeu, surgiu imparável a impor um prolongamento.

A Alemanha tinha direito a uma segunda vida. Era a hora de gerir e evitar um erro que determinasse a eliminação, pelo que a Espanha voltou a poder respirar e a ter a bola. Mas com a Alemanha a desperdiçar as melhores ocasiões, os penáltis pareciam cada vez mais inevitáveis.

Nada mais errado. E Merino provou-o.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários