Cordeiro, Albuquerque e a defesa das instituições

As duas reações destes políticos ao envolvimento em casos judiciais diferem no essencial. E o essencial é a forma como protegem as instituições democráticas.

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Duarte Cordeiro e Miguel Albuquerque estão, como é bem sabido, ambos envolvidos em casos judiciais. As suas situações são, a vários títulos, incomparáveis. O primeiro foi meramente citado nas operações Tutti Fruti e Influencer, não está acusado de nada, não tendo sequer sido constituído arguido em qualquer dos casos. Miguel Albuquerque, não podendo dizer o mesmo, continua, obviamente, a poder beneficiar da presunção de inocência, tem os seus direitos políticos intactos e foi, sobretudo, relegitimado pelas urnas. Mas aquilo que mais evidentemente separa os dois casos é a forma como, perante estes, reagiram Cordeiro e Albuquerque. O primeiro recusou-se a continuar a exercer cargos políticos enquanto sobre ele pairasse a mais leve sombra de suspeitas. Ter-se-á negado a integrar as listas do PS nas legislativas e, mais recentemente, parece determinado, para desgosto de muitos dos seus correligionários, a não encabeçar uma frente de esquerda nas próximas eleições em Lisboa. Já Albuquerque preferiu fazer exatamente o contrário e procurou, precisamente no voto popular, uma forma de redenção política. À hora a que escrevo, preside a um governo fragilíssimo e parece ter-se transformado num inultrapassável empecilho para a estabilização da situação política na Madeira.

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