Nove histórias de violência sobre as mulheres que Mathilde Monnier nos atira à cara
A coreógrafa francesa apresenta Black Lights no Festival de Almada, quarta-feira, um cru retrato da violência exercida sobre as mulheres.
Vamos chamar-lhe Professor Danilo. A estudante está diante do seu professor de Direito, pronta para exame, a postos para o debate de ideias. Ele lança-lhe perguntas para a apanhar em falso, para testar a rapidez do seu raciocínio, a sua argúcia argumentativa. Ela tem “argumentos prontos, certeiros, bem estruturados”, não vacila, riposta a cada nova investida e ganha confiança. “Não cantes vitória antes de tempo, olha que assim te distrais”, diz para si mesma. Não conseguindo vergá-la com a sua tentativa de demonstração de saber e de superioridade, o Professor Danilo abandona as regras do jogo e adopta outra estratégia de ataque: passa ao elogio físico, primeiro degrau para uma escalada que não tardará a tomar a forma de convite para um café, que não tardará a tomar a forma de um convite para o acompanhar a sua casa.
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