Vitória da extrema-direita na primeira volta confirmada por dados oficiais franceses

A União Nacional, partido de extrema direita de Marine Le Pen juntamente com os seus aliados, obteve 33,15% dos votos, segundos os dados oficiais divulgados pelo Ministério do Interior francês.

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Partido de Marine Le Pen obteve cerca de 33% dos votos na primeira volta Cuenta Oficial Marine Le Pen en / HANDOUT / EPA
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A vitória na primeira volta da União Nacional, partido de extrema-direita encabeçado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, foi confirmada nesta manhã pelos dados oficiais do Ministério do Interior francês, com 33,15% dos votos.

Em segundo lugar, confirma-se a união das esquerdas conhecida como Nova Frente Popular, com 27,99% dos votos. Segue-se a coligação Juntos pela República, de Macron, que obteve somente 20,04% dos votos. Os Republicanos, partido de centro-direita, ficaram pelos 6,57%.

Apesar destes resultados, segundo os dados do Ministério do Interior, somente 76 deputados obtiveram a maioria absoluta nos seus respectivos círculos e foram já eleitos.

Dos deputados já eleitos, 38 pertencem à União Nacional e aos parceiros da extrema-direita. Segue-se a Nova Frente Popular, que elegeu já 32 deputados. A coligação macronista elegeu dois deputados, só um à frente dos Republicanos, que já elegeram um deputado.

Tudo fica em aberto para a segunda volta das eleições, que se realizará no próximo domingo, dia 7 de Julho, na qual irão então a votos 501 círculos eleitorais.

Apesar da regra geral, que uma segunda volta se realiza entre dois candidatos, os resultados da primeira volta apontam para a existência de muitos círculos com sufrágios triangulares, ou seja, entre três candidatos. Esta possibilidade é dada pelo sistema eleitoral francês, no qual qualquer força que obtenha mais de 12,5% dos votos num determinado círculo em que não tenha havido uma maioria absoluta segue também para a segunda volta das legislativas.

Os resultados de ontem indicam um recorde de 306 corridas triangulares, uma subida explosiva face aos números de 2022, em que segundas voltas a três foram só sete. Em cinco circunscrições eleitorais, os resultados apontam para uma segunda volta a quatro candidatos, algo que não acontece desde 1973.

No entanto, o apelo na Nova Frente Popular e na coligação macronista é o mesmo: em círculos onde ambas as forças compitam a três com a União Nacional, a que tenha ficado em terceiro deve desistir para dar lugar a uma competição a dois, uma medida tomada por ambas as forças políticas para tentar parar a extrema-direita.

As desistências começaram logo na noite de domingo, com a desistência de Albane Branlant, porta-voz da ala jovem do partido do Presidente Macron e candidata a deputada. Fadila Khattabi, que era parte do Governo de Macron, desistiu após ficar em terceiro, atrás do candidato da Nova Frente Popular.

Em sentido contrário, há também quem recuse desistir. A secretária de Estado para as Colectividades Dominique Faure afirmou nesta segunda-feira que recusava desistir e que seguiria para uma segunda volta, apesar de ter ficado atrás dos candidatos da Nova Frente Popular e da União Nacional.

Um dos maiores derrotados da noite foi Fabien Roussel, secretário-geral do Partido Comunista Francês (PCF), membro da Nova Frente Popular. Roussel perdeu para o candidato da União Nacional, tendo ficado em 2.º lugar na 20.ª circunscrição do departamento Nord, um círculo em que o lugar de deputado era detido pelo PCF desde 1962.

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