Morreu Fausto Bordalo Dias, o genial alquimista da música portuguesa
Fausto (1948-2024) tinha 75 anos. Ao longo de mais de cinco décadas, firmou-se como marco fundamental da música portuguesa, mergulhando nas raízes da música tradicional, apondo-lhe uma marca autoral.
Nasceu em pleno oceano, entre Portugal e Angola, a bordo do navio Pátria, mas não era muito dado a viagens – preferia aquelas que, leitor ávido, os livros lhe proporcionavam. Era criador solitário, enredado nas composições que trabalhava com labor perfeccionista, mas as suas canções eram convívio e partilha, encontro de gentes, vida de rua, diálogos na intimidade, luta em comunidade. Não eram propriamente contradições, antes traços que conviviam nele, que enformavam este autor maior da música portuguesa, nome fundamental da sua decisiva renovação na década de 1970, ao lado de Sérgio Godinho, José Mário Branco e José Afonso. Um criador com um talento raro para assinar canções com o dom da intemporalidade, chegando até nós como se existissem desde sempre.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.