Burla imobiliária de 40 milhões desmontada no Algarve

Organização criminosa recorria a créditos bancários em nome de terceiros para comprar imóveis, que depois arrendava.

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Albufeira era uma das localidades onde os criminosos actuavam Duarte Drago
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A Polícia Judiciária anunciou a detenção de quatro homens e duas mulheres por suspeitas de burlas imobiliárias no Algarve que somarão um total de 40 milhões de euros.

“O modus operandi passava pela constituição de sociedades de direito português, através das quais adquiriram centenas de imóveis, cujas propriedades, através de negócios simulados, transferiram de imediato para terceiros”, descreve esta polícia em comunicado. Depois os arguidos contraíam créditos à habitação junto de instituições bancárias em nome dessas terceiras pessoas, com recurso a documentos falsos, incluindo procurações dos alegados compradores, em quantias muito superiores ao da aquisição inicial dos imóveis, apropriando-se da diferença.

Além disso, arrendavam as casas quer na modalidade de alojamento turístico, quer na de residencial. As pessoas em nome de quem ficavam os imóveis nem sabiam dos negócios celebrados em seu nome, com documentação forjada. Albufeira e Armação de Pêra são duas das localidades onde os arguidos actuaram.

“Até ao presente, foram identificadas mais de 20 sociedades controladas pelos vários suspeitos identificados na investigação, através das quais foram adquiridos mais de 300 imóveis e contratadas mais de duas centenas de financiamentos fraudulentos, num valor global na ordem dos 40 milhões de euros”, explica a mesma nota de imprensa, que dá ainda conta do nome desta operação policial: Orange.

Desta organização criminosa financiada por créditos bancários fazem parte pessoas de várias nacionalidades, nomeadamente brasileiros residentes no Algarve. Nesta operação foram realizadas sete buscas domiciliárias e duas a empresas, apreendidos dezenas de imóveis, 14 veículos, uma embarcação, equipamento informático e um elevado acervo documental probatório.

A investigação ao caso começou em 2021 e é dirigida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal Regional de Évora, mas algumas das empresas actuavam há mais tempo no mercado. Foram lesadas várias instituições bancárias, uma vez que os empréstimos nem sempre eram pagos. Além de burla, há suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, branqueamento e falsificação de documentos.

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