Frente-a-frente entre o “rapaz” e a “rapariga” dos tanques

Foram ambos treinados em Santa Margarida, a maior instalação militar portuguesa em guarnição, e partilham a mesma especialidade: carros de combate. Voz a Elisabete da Silva e Fernando Sottomayor.

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O antigo alferes miliciano Fernando Sottomayor e a tenente-coronel Elisabete da Silva no Campo Militar de Santa Margarida Alfredo Cunha
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Desafiámos os mais graduados das duas gerações, ambas treinadas em Santa Margarida na especialidade de carros de combate, para um frente-a-frente de memórias do passado longínquo e olhares para o presente e o futuro próximo. Representa a primeira, o antigo alferes miliciano Fernando Sottomayor, comandante do esquadrão operacional de M47 do RC4 e do pelotão de quatro carros que enfrentou a coluna de Salgueiro Maia na Rua da Alfândega e na Ribeira das Naus, em 25 de Abril de 1974. A tenente-coronel Elisabete da Silva, nascida em 1980, representa a mais nova. Foi ajudante-de-campo do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. Comanda o Grupo de Carros de Combate da Brigadas Mecanizadas (primeira em Portugal, das raras no mundo). Serviu em duas missões na Bósnia-Herzegovina (2004 e 2005). Restante currículo a condizer, nos planos militar e académico. Viveu parte da infância em África. Ainda não era nascida quando o alferes Sottomayor se recusou a disparar sobre a coluna da Escola Prática de Cavalaria, tornando-se o último preso do regime da ditadura (pelas 10h00) e o primeiro a ser libertado (cerca das 17h00), ainda a democracia ia em trabalhos de parto, no Carmo. Sottomayor é mestre em História Contemporânea. Em 2021, o Presidente da República condecorou-o (e também ao cabo-apontador Alves Costa) com a Ordem da Liberdade, grau de Grande Oficial. Perguntas e respostas presenciais, completadas por mensagens electrónicas. Excertos:

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