Presidente da República desdramatiza situação política na Madeira

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que optar por esperar para saber se há ou não condições para formar governo é “um poder” do representante da República no arquipélago da Madeira.

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Marcelo Rebelo de Sousa no Porto JOSÉ COELHO / LUSA
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O Presidente da República desdramatizou nesta segunda-feira a situação política na Madeira, afirmando entender opção de "esperar uns dias" já que "a ideia é criar" condições para que se possa formar um Governo.

"Não [não estou preocupado], se a ideia é criar condições para haver um Governo que se possa formar, um programa de Governo que possa passar no Parlamento regional e abrir caminho a um orçamento regional, se é isso que está em causa, eu percebo o representante da República quando entende que se espere para ver, uns dias, se há essas condições que são importantes para a Madeira", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

No Porto, para o lançamento da edição fac-símile de um caderno de viagens de Soares dos Reis, o chefe de Estado lembrou que é "um poder" do representante da República no arquipélago da Madeira optar por esperar para saber se há ou não condições para o programa do Governo de Miguel Albuquerque ser aprovado na Assembleia Legislativa Regional.

"O que se passa neste momento é muito simples: o senhor representante da República concordou com a ideia, que aliás era um poder que tinha, do presidente do Governo Regional que é retirar o programa para negociar com negociações complementares com os partidos políticos para conseguir viabilizar a passagem na Assembleia Administrativa Regional", explicou.

E continuou: "Estão em curso essas conversas, essas negociações e o senhor representante da República tem de esperar e no fim ser-lhe-á comunicado se tiveram sucesso ou não tiveram sucesso e no fim avança com aquilo que só ele tem o poder que é o poder de formar o Governo".

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "o representante da República está a acompanhar o processo e o problema que se levanta lá, que se levantou nos Açores, que se levantou também a nível nacional é de que é preferível ter um programa viabilizado a não ter um programa viabilizado, é preferível ter um orçamento a não ter".

Na quarta-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, o social-democrata Miguel Albuquerque, anunciou a retirada do Programa do Governo da discussão que decorria no parlamento madeirense, com votação prevista para o dia seguinte, quinta-feira.

O documento, que é votado em forma de moção de confiança, seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 que compõe o hemiciclo, anunciaram o voto contra.