Alemanha é a primeira selecção com lugar nos “oitavos”

Germânicos triunfam em Estugarda sobre a Hungria por 2-0. Musiala marcou e tornou-se no primeiro jogador do torneio com dois golos.

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Musiala é o primeiro jogador do Euro 2024 a marcar dois golos Lee Smith / REUTERS
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Em tempos, um Alemanha-Hungria numa grande competição de futebol era um jogo que decidia títulos – decidiu a final do Mundial de 1954 a favor dos alemães frente aos então poderosos magiares, num jogo que ficou conhecido como o “Milagre de Berna”. Nesta quarta-feira, em Estugarda, esse Alemanha-Hungria foi um “simples” jogo da fase de grupos do Euro 2024 com um resultado normal, vitória da “Mannschaft” por 2-0 e lugar garantido nos oitavos-de-final, enquanto os húngaros, apesar das boas sensações nesta sua segunda apresentação, continuam com zero pontos no Grupo A.

Não se pense que foi uma exibição milagrosa da Alemanha, como pareceu ser a goleada na primeira jornada – a Escócia é de outro campeonato, mais fraco. Mas foi mais do que suficiente, foi competente, eficaz e, diga-se, com uma ponta de sorte. Quanto à Hungria, foi melhor do que se pensaria (nunca ao nível dos seus antecessores dos anos 1950) e tiveram em Manuel Neuer e na ineficácia os seus principais inimigos para tirarem alguma coisa do jogo. Sobretudo, não foi um petisco fácil de engolir para os alemães, como não tinha sido para a Suíça.

Nagelsmann não mudou uma linha em relação ao jogo de abertura, apostando outra vez na sua frente de ataque móvel sem uma referência, composta por Musiala, Wirtz e Havertz. Mas foi a Hungria a primeira a criar perigo logo na bola de saída, num lance que teria batido o recorde de golo mais rápido do Europeu, estabelecido há poucos dias pela Albânia (23 segundos). A defesa da Alemanha estava a dormir e, não fosse a atenção de Neuer, Roland Sallai teria ficado com esse recorde.

Foi uma declaração de intenções dos húngaros, que continuaram a colocar os alemães em sentido, com várias aproximações à baliza contrária, mas a bater de frente com um Neuer inspirado – o veterano guardião do Bayern mostrou bem que o lugar ainda é dele. Depois das investidas iniciais dos húngaros, a Alemanha chegou ao golo aos 22’, num lance cuja legalidade não é clara. Confusão na pequena área húngara, Gundogan parece provocar a queda de Orbán, mas a jogada prossegue e Musiala faz o golo. A revisão do VAR foi rápida e o árbitro apontou para o centro do terreno, confirmando o primeiro dos germânicos no jogo e o segundo do avançado do Bayern neste Europeu – é, para já, líder isolado dos marcadores do torneio.

Os húngaros, liderados pelo excelente Dominik Szoboszlai, nunca deixaram de criar perigo, mas deixaram-se dominar pelos alemães, que, a pouco e pouco, foram tomando conta do jogo. Mas, mesmo a fechar o intervalo, a Hungria conseguiu meter a bola na baliza de Neuer, com o livre de Szoboszlai a acabar na concretização de Sallai – sem efeito, por fora-de-jogo.

A Alemanha foi consolidando o seu domínio no segundo tempo, permitindo cada vez menos espaço para a Hungria surpreender, e acabou por agarrar a qualificação com um golo do capitão Gundogan, que recebeu um passe atrasado a partir da esquerda de Mittlestad, antes de bater Gulacsi mais uma vez - o médio do Barcelona seria, depois, eleito o melhor em campo. Não haveria “milagre de Estugarda” para a Hungria, que vai mesmo precisar de um milagre para seguir em frente nos “oitavos”. Para a Alemanha, este continua a ser um Verão de todas as esperanças.

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