PJ detém 13 pessoas no Porto suspeitas de burlar empresas através da Internet

Grupo terá obtido ganhos superiores a um milhão de euros através de técnicas de extorsão como o phishing

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Os burlões recorriam ao email para, fazendo-se passar por directores de empresas, sacarem transferências bancárias ou informação sensível Rui Gaudêncio (arquivo)
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A Polícia Judiciária deteve na terça-feira 13 pessoas na Área Metropolitana do Porto suspeitas de pertencerem a um grupo organizado que terá burlado várias empresas portuguesas através da Internet. O grupo organizado transnacional terá praticado "crimes informáticos e económico-financeiros transnacionais", que terão permitido ganhos superiores a um milhão de euros, afirmou esta quarta-feira a Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), em nota de imprensa.

A operação policial desencadeada na quinta-feira resultou na execução de 23 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de detenção, tendo os detidos idades compreendidas entre os 20 e os 60 anos, referiu.

Segundo a nota de imprensa, o grupo organizado tinha como modus operandi os métodos de phishing (enganar pessoas para obter informações confidenciais, como palavras-passe ou detalhes de cartões bancários) e "CEO fraud" (um tipo de phishing em que, através de email, a pessoa tenta fazer-se passar por director de uma empresa para assegurar transferências bancárias ou informação sensível).

O dinheiro obtido através destes tipos de fraude tinha "proveniência em bancos portugueses, burlando várias empresas portuguesas", acrescentou a PJ. "O dinheiro circulava através de contas nacionais, especificamente criadas para recepcionar estes fundos, que eram imediatamente dissipados para outras contas bancárias nacionais e estrangeiras ou utilizados para aquisição de artigos de elevado valor ou de luxo", aclarou a PJ.

O grupo é suspeito da prática de crimes de burla qualificada, burla informática e nas comunicações, abuso de cartão ou dados de pagamento, falsidade informática, acesso ilegítimo e branqueamento de capitais.

A investigação levada a cabo pela Directoria do Centro e com inquérito dirigido pelo Ministério Público de Castelo Branco começou este ano. A operação contou ainda com o apoio da Directoria do Norte da PJ, do Departamento de Investigação Criminal de Braga e da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática.