Homem morreu com gripe das aves, mas o vírus não terá sido a causa da morte

Caso aconteceu no México, em Abril. Governo do país diz que o óbito ocorreu devido a doenças crónicas anteriores à infecção. OMS considera baixo o risco actual do vírus para a população em geral.

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A Comissão Europeia vai comprar até 665 mil doses de vacina Segirus para prevenir o contágio humano com gripe das aves e reforçar a prevenção em Portugal e noutros 14 Estados-membros Dado Ruvic / REUTERS
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Um homem de 59 anos morreu depois de ter contraído uma nova variante da gripe das aves, no México, confirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na semana passada, que sublinhou contudo ter-se tratado de uma "morte multifactorial". No mesmo sentido, o Governo mexicano assegura que as causas da morte estarão relacionadas com doenças crónicas de que a vítima sofria e não com o vírus, como noticiou a Reuters. Este é o primeiro caso, a nível mundial e confirmado em laboratório, de infecção pelo vírus influenza A (H5N2) em humanos.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, sublinhou o carácter “multifactorial” do óbito e acrescentou que ainda está a ser investigada a fonte de transmissão do vírus, se foi por contacto humano ou animal. O homem sofria de doença renal crónica, diabetes e hipertensão arterial há 14 anos, segundo as autoridades de saúde mexicanas.

O óbito ocorreu a 24 de Abril, no mesmo dia em que a vítima, residente no México, procurou assistência médica depois de o seu quadro clínico ter piorado, escreveu a OMS em comunicado. Na semana anterior, o doente tinha desenvolvido febre, falta de ar, diarreia, náuseas e mal-estar geral.

O Ministério da Saúde do México já se pronunciou sobre o caso e referiu que a morte deste homem se justifica com outras condições crónicas que resultaram num choque séptico e causaram a morte. “As doenças eram já de longa duração e causaram condições que levaram à falência de vários órgãos”, disse o ministério, citando as conclusões de uma equipa de especialistas.

“Com base nas informações disponíveis, a OMS considera que o risco actual deste vírus para a população em geral é baixo”, escreve a autoridade mundial de saúde, que refere que o homem não tinha histórico de exposição a aves ou outros animais infectados.

Nenhum outro caso foi relatado durante a investigação epidemiológica. E, até ao momento, nenhum dos 17 contactos próximos da vítima terá apresentado sintomas nem testou positivo para a gripe das aves, e não há também indícios de que o vírus se propague entre humanos.

Em Março último, foi detectado um surto de gripe das aves A (H5N2) de alta patogenicidade numa exploração agrícola de aves no estado de Mechoacão, que faz fronteira com o estado do México, onde a vítima residia.

Recorde-se que a Comissão Europeia vai comprar até 665 mil doses de vacina Segirus para prevenir o contágio humano com gripe das aves e para reforçar a prevenção em Portugal e noutros 14 Estados-membros participantes, foi anunciado na segunda-feira.

O contrato de quatro anos, celebrado entre o laboratório britânico Segirus e a Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA, na sigla inglesa) da Comissão, incluiu uma opção para a aquisição de mais 40 milhões de doses. O objectivo da contratação conjunta, disse à Lusa fonte comunitária, “é oferecer uma capacidade adicional aos Estados-membros para adquirirem as vacinas”.

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