A verdadeira história de A Baronesa e as narrativas delicodoces do vinho
Criticarei sempre a especulação, o predomínio da história bonitinha sobre a qualidade, o discurso barato, o canto da sereia, o oportunismo saloio.
Não, não herdei nenhum vinho do Porto muito velho do famoso barão James Forrester, por via da minha sexta avó Maria Etelvina, nem saiu o Euromilhões à minha família, como alguns leitores julgaram. Infelizmente, não vou poder cumprir as expectativas de uma associação duriense de solidariedade social, que tencionava pedir-me uma garrafa do tal vinho “A Baronesa”, para ajudar a financiar a sua boa causa. Houve também quem me escrevesse, e ao PÚBLICO, ou utilizando as redes sociais, para me apontar uma mortal incoerência: como é que eu, depois de tanto ter criticado a venda de vinhos sem qualquer história a preços estratosféricos, me propunha agora vender garrafinhas de 50cl de vinho do Porto (até escrevi 50 mililitros, por engano) a 75 mil euros cada, mesmo que embrulhadas numa bonita história de amor?
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