Roland-Garros: o troféu mais desejado já está nas mãos de Carlos Alcaraz

O espanhol de 21 anos é o mais novo tenista a vencer torneios do Grand Slam nos três pisos diferentes.

Carlos Alcaraz após vencer pela primeira vez Roland-Garros
Fotogaleria
Carlos Alcaraz após vencer pela primeira vez Roland-Garros Stephanie Lecocq / REUTERS
carlos-alcaraz,roland-garros,modalidades,tenis,desporto,
Fotogaleria
Carlos Alcaraz Stephanie Lecocq / REUTERS
carlos-alcaraz,roland-garros,modalidades,tenis,desporto,
Fotogaleria
Carlos Alcaraz Yves Herman / REUTERS
carlos-alcaraz,roland-garros,modalidades,tenis,desporto,
Fotogaleria
Alexander Zverev Yves Herman / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:31

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Um dos pontos de interrogação colocados no início de mais uma edição de Roland-Garros incidia sobre o estado de forma com que Carlos Alcaraz chegava a Paris, depois de uma lesão no antebraço ter abreviado a rodagem sobre o pó de tijolo, reduzida a apenas quatro encontros realizados em Madrid. A cada ronda que ultrapassou nos courts parisienses, era visível a maior confiança do espanhol. E na final, diante de Alexander Zverev, foi novamente essa crença que fez a diferença. Alcaraz recuperou de 1-2 em sets e ergueu pela primeira vez a Taça dos Mosqueteiros.

O tenista de 21 anos que, há dois dias, se tornou no mais jovem a alcançar finais de torneios do Grand Slam nos três pisos diferentes (hardcourts, relva e terra batida) é, agora, o terceiro mais novo a coleccionar três títulos do Grand Slam – só superado por Bjorn Borg e Rafael Nadal. Com a vitória sobre Zverev, por 6-3, 2-6, 5-7, 6-1 e 6-2, Alcaraz juntou mais um importante troféu aos conquistados no US Open, em 2022, e Wimbledon, no ano passado. E, como desejava há muito, juntou o seu nome aos dos compatriotas campeões do torneio: Manolo Santana, Andres Gimeno, Sergi Bruguera, Carlos Moyá, Albert Costa, o seu treinador Juan Carlos Ferrero e Rafael Nadal, o grande dominador com 14 títulos.

A final foi concluída em quatro horas e 19 minutos, mas foi no intervalo de 30 minutos que o encontro ficou sentenciado. No terceiro set, Alcaraz alcançou uma vantagem de 5-2, mas tudo mudou quando serviu no jogo seguinte, para fechar o set; inexplicavelmente começou a cometer muitos erros, sofreu dois breaks e Zverev concluiu a partida com o quinto jogo consecutivo.

Também pouco compreensível foi o estado de espírito do alemão no início do quarto set. O alemão de 27 anos entrou muito mal, dando de novo o ascendente a Alcaraz, que se adiantou 3-0. E todos se recordaram da final do US Open de 2020, em que Zverev perdeu com Dominic Thiem, depois de vencer os dois sets iniciais e ter passado a dois pontos da vitória. Zverev só aproveitou seis dos 23 break-points de que dispôs e, no quinto set, não aproveitou nenhuma das cinco oportunidades de break.

“Ele jogou muito bom ténis, colocou muita pressão com o serviço, muitas respostas dentro, tive de salvar muitos break-points no quinto set; foi 6-2, mas eu podia ter perdido o quinto set. Foi um pouco complicado devido ao vento, o sol, mas temos que nos adaptar às condições e estou muito contente por tê-lo feito muito bem hoje”, explicou Alcaraz, que terminou como o campeão a chegar a Paris com menos vitórias (três) na época de terra batida desde Andre Agassi, em 1999. E no primeiro campeão estreante em Roland-Garros desde 2016, quando Novak Djokovic conquistou o primeiro dos seus três títulos.

“Era um torneio que quis ganhar desde pequeno, um sonho tornado realidade. Sinceramente, quando acabei o terceiro set, tive muitas dúvidas; Sacha estava a dominar, foi difícil para mim. Servi para ganhar esse set, mas com os nervos, não joguei o meu melhor ténis, mas era uma final do Grand Slam, era a altura para dar tudo, encontrar soluções. Claro que começar o quarto set a ganhar 3-0, ajudou-me muito a descontrair um pouco, a jogar o meu ténis, ao meu estilo e, no quinto set, dei tudo o que tinha cá dentro”, disse Alcaraz.

Juan Carlos Ferrero, campeão em 2023 quando “Carlitos” tinha um mês de idade, admitiu que sofreu mais do que normal e tentou explicar as oscilações do atleta que acompanha há seis anos. “Vi o Carlitos com altos e baixos, a sofrer demasiado, a não fazer o que tínhamos falado antes. Às vezes ele quer jogar demasiado bem e não precisa de o fazer sempre ao nível incrível que quer. Precisa de abrandar, colocar mais bolas dentro, ir à rede e fazer amorties, e manter-se mentalmente mais no top, senão cria oportunidades para os adversários. Não sei o que aconteceu no terceiro set, mas penso que sentiu muita tensão nas pernas e no braço, talvez pensou em demasia em ganhar a final. Precisou de perder esse set para voltar ao início e jogar bem e calmo”, defendeu Ferrero.

Depois de tornar-se no sétimo tenista (e o mais novo) a vencer majors nos três pisos diferentes – juntando-se a Andre Agassi, Jimmy Connors, Novak Djokovic, Roger Federer, Rafael Nadal e Mats Wilander – são muitos os que acreditam que Alcaraz irá chegar aos dois dígitos em títulos do Grand Slam. Mais breve será fazer uma tatuagem da torre Eiffel para comemorar o feito de domingo.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários