“Podemos contar a história da escravatura de outra maneira, seguindo o dinheiro?”

O jornalista David Montero seguiu o rasto do dinheiro desde a fundação do seu país, os Estados Unidos. Escreveu um livro que ajuda a entender o fosso entre ricos e pobres. A escravatura está na raiz.

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David Montero, jornalista e autor de The Stolen Wealth of Slavery: A Case for Reparations Rui Gaudêncio
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O que significa reparação quando aplicada a um passado ligado a potências escravocratas e colónias? A pergunta tem cada vez mais importância quanto mais divide opiniões e leva à criação de um pensamento ou de narrativas que põem em causa ou complexificam as tradicionais. David Montero, jornalista premiado, vai à génese do seu país, os Estados Unidos, para mostrar que “a ferida aberta” sobre a qual ele se fundou não se refere apenas ao passado nem ao Sul. Diz que os grandes bancos do Norte, como o Citibank ou o Bank of America, financiaram a escravatura e beneficiaram fortemente do seu envolvimento nesse tipo de negócios, fazendo parte de uma economia que cresceu exercendo poder sobre o corpo negro. Montero diz ainda que esta não é uma questão do passado. É do presente e do futuro. E não apenas da nação americana. Tem ramificações na Europa e no resto do mundo. Para chegar a essas conclusões, cruzou factos, fez investigação histórica e jornalística e propõe um novo olhar sobre o termo reparação em The Stolen Wealth of Slavery: A Case for Reparations. Esteve em Lisboa para participar no seminário Slavery Impacts & Meaningful Change, na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, organizado pela Unbreakable Heritage, vocacionada para a educação, defesa, promoção e sensibilização para a realidade histórica e os impactos actuais da escravatura negra enquanto genocídio.

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