O festival mais antigo de arte urbana está de volta “com a maior edição de sempre”: eis o Wool

O Wool está de volta à Covilhã: arranca esta quinta-feira e, até 16 de Junho, traz uma programação repleta de concertos, conversas, pintura de rua e workshops.

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"Ouro", de Reskate D.R.
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Wool regressa à Covilhã entre 6 e 16 de junho D.R.
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"Contemplando", de Taxis GR D.R.
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"At Work", de Cinta Vidal D.R.
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"Hoy es el futuro", de Sebas Velasco D.R.
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A edição de 2024 do Wool, o festival mais antigo de arte urbana do país, chega esta quinta-feira, 6 de Junho, à Covilhã onde se vai manter até dia 16. Com uma programação recheada, uma “ampliação do que tem sido o formato habitual”, há mais de 40 actividades, entre workshops, pinturas ao ar livre, concertos, jogos, filmes e debates.

Surgiu como uma forma de “homenagear a cidade através do seu lugar e da sua identidade” e “transformar o espaço público e comunitário através da arte”, diz Lara Seixo Rodrigues, responsável pela organização do festival ao P3. E é precisamente para incentivar os visitantes a conhecer a cidade (e a comunidade que a compõe) que o festival promove a “Caça ao Wool”, um jogo para “coleccionar” os murais do roteiro de arte urbana do Wool, que neste momento conta com mais de 40 murais e instalações.

O objectivo do jogo é que os participantes marquem os murais que visitaram ao longo de sete horas na aplicação Woll Wall by Wall, desenvolvida em conjunto com o Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior — no fim, há prémios para os vencedores.

A edição deste ano traz várias novidades. Exemplo disso são as Wool Talks, um conjunto de palestras com investigadores, artistas, fundadores de festivais e agentes para reflectir sobre o lugar do sector nas pequenas cidades e o potencial para “construir comunidade”. São quatro palestras e vão ter lugar no dia 14, entre as 9h30 e as 19h, no Auditório do Centro de Inovação Empresarial da Covilhã (CIEC).

Ter este espaço já era “algo que queríamos fazer há muito tempo”, diz Lara Seixo Rodrigues. “Não conseguimos pensar sequer como é que poderá existir um evento sem haver pensamento. Este ano tivemos a possibilidade de apresentar este eixo que faz todo o sentido, porque ele existe sempre”, conta a organizadora que também é uma das oradoras das Wool Talks.

A estas palestras, juntam-se as já habituais conversas com artistas, com convidados que partilham a sua história na arte urbana. Martha Cooper, fotojornalista norte-americana, é uma das convidadas deste ano e vai falar e reflectir sobre a sua trajectória na arte, começando com as imagens que captava ao início, do movimento hip-hop e do graffiti em Nova Iorque.

Outra novidade desta edição é o circo contemporâneo. A companhia Coração nas Mãos apresenta Chá das Cinco: peça para quatro amigas e mais uma que nunca chega, espectáculo que revive a tradição secular local do chá introduzido pelos ingleses durante os séculos XVIII e XIX (e que deu a alcunha “chazeiros” aos covilhanenses). Acontece às 18h do dia 8 de Junho, na Praça dos Escuteiros.

Na “maior edição de sempre”, o programa é reforçado. Em vez de quatro, como é habitual, há seis artistas de arte urbana para pintar ao ar livre: Milo (Espanha), SpY (Itália), Isaac Cordal (Espanha), Mura (Brasil), MOTS (Polónia/Portugal) e Daniela Guerreiro (Portugal).

A música foi outra das grandes apostas deste ano. Jesuíno, Robin Tolle, Saturation Divers, dj X-Acto, Margarida Geraldes & Renato Folgado e Cisma (associação cultural da Covilhã que traz uma jam session) são alguns dos nomes que compõem o cartaz.

O festival traz também duas residências artísticas. Este ano cabe às duplas Ana Lua Caiano e Adufeiras da Casa do Povo do Paul e Silly e Fred aceitarem o desafio de trabalhar “a identidade sonora da cidade” durante os dez dias do festival. O resultado é apresentado a 14 e 15 de Junho, respectivamente. Ana Lua Caiano e as Adufeiras da Casa do Povo do Paul actuam nas traseiras do edifício da Câmara Municipal da Covilhã. Já Silly e Fred actuam no Largo Senhora do Rosário.

Ao longo do festival (nos dias 9, 14, 15 e 16 de Junho) vai haver visitas guiadas a pé e uma em tuk tuk (para pessoas com mobilidade reduzida), com intérprete de Língua Gestual Portuguesa.

A maioria das actividades é de entrada gratuita, mas outras têm custos ou exigem inscrição. É o caso do workshop de stencil (uma técnica de graffiti), orientado por Samina. O festival oferece ainda um leque de workshops gratuitos, mas que estão sujeitos a inscrição prévia.

Texto editado por Inês Chaíça

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