Três sindicatos das polícias abandonam negociações. Tutela ameaça avançar sem acordo

Nove estruturas representativas da PSP e da GNR continuam reunidas esta noite com Margarida Blasco, que lhes propôs um aumento de 300 euros pago de forma faseada.

Foto
Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco ANTÓNIO COTRIM / LUSA
Ouça este artigo
00:00
01:51

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

São já três os sindicatos da polícia que abandonaram as negociações salariais com o Ministério da Administração Interna, por entenderem que não há acordo possível no sentido de virem a receber um suplemento salarial equiparado ao da Polícia Judiciária.

À hora do jantar, mantinham-se reunidos com a ministra Margarida Blasco nove associações e sindicatos, tendo a governante apresentando aquilo que alguns dirigentes sindicais viram como uma espécie de ultimato: ou aceitam um aumento de 300 euros, com pagamentos faseados a começar no mês que vem e a terminar em 2026, ou o Governo avança sem acordo.

“Quando saímos da sala a ministra deu a entender que ou aceitávamos os 300 euros pagos de forma faseada ou a tutela avançava unilateralmente com a proposta anterior, de apenas 230 euros”, explicou o dirigente sindical Armando Ferreira, do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), um dos que abandonou as negociações. Também desistiram de chegar a um entendimento com o Governo o Sindicato Independente de Agentes de Polícia – Siap e a Associação Sindical Autónoma de Polícia - Asapol

A mais recente proposta da governante passa por juntar mais 300 euros aos 100 que os polícias já têm de subsídio de risco, depois de uma primeira proposta ter sido rejeitada. Porém, este valor não será todo pago de uma vez. Ao que o PÚBLICO apurou, a nova proposta passa por pagar mais 200 euros mensais a partir de 1 de Julho próximo, sendo um segundo aumento, de 50 euros, remetido para 1 de Janeiro de 2025 e um terceiro aumento, do mesmo montante, para Janeiro de 2026. E não haverá retroactivos. Pouco mais de uma hora antes, a governante tinha proposto apenas mais 230 euros pagos em dois anos, que foram de imediato rejeitados pelas associações.

Pelas 21h30 a reunião sofreu uma nova interrupção a pedido da ministra, a terceira deste dia de negociações.

Sugerir correcção
Ler 8 comentários