Guardo religiosamente em minha casa um livrinho de banda desenhada muito puído que a minha mãe terá recebido como prémio de desempenho escolar, no liceu francês (à época ainda École Française de Lisbonne, então instalada no Palácio Braamcamp, onde, além do político que lhe deu o nome, viveu e morreu também Fontes Pereira de Melo). Estávamos então no distante ano de 1951. O livro, ilustrado por Calvo, tem por título La bête est morte e é uma história pueril da Segunda Guerra Mundial, protagonizada por animais, e contada às crianças por um esquilo veterano amputado de uma perna (estou ainda a vê-lo, sentado à lareira, sob o olhar fascinado de três netos suspensos das suas histórias de herói de guerra).