Champions: Real Madrid voou como uma borboleta e picou como uma abelha

Carvajal e Vinícius Júnior destruíram na recta final o sonho de um Borussia Dortmund que caiu de pé, em Wembley, frente aos senhores da Champions.

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Os festejos depois do golo de Carvajal Hannah McKay / REUTERS
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O Real Madrid chegou mesmo à 15.ª conquista na Liga dos Campeões, muito à custa do súbito desfalecimento de um Borussia que fez o suficiente para colocar os espanhóis em sentido, mas que viu o sonho de vencer a competição pela segunda vez ruir nos últimos 15 minutos. Em Wembley, Carvajal voou num canto para cravar o ferrão que as abelhas de Dortmund não souberam usar, antes de, numa oferta de Maatsen, Vinícius Júnior submeter a candidatura a Bola de Ouro com mais um golo numa final da Champions. Foi o 2-0 que arrumou a questão.

Em Madrid, onde volta a aterrar a Taça mais cobiçada do mundo do futebol de clubes, podem começar a assinar a petição para acrescentar o nome do Real à Liga dos Campeões. Em 18 finais, os recordistas de vitórias engordaram os números já de si verdadeiramente galácticos de troféus e deixaram a fasquia num patamar estratosférico.

O sucessor do Manchester City vingou mais uma vez, com Carlo Ancelotti a somar a quinta Champions e um quarteto (Kroos, Modric, Nacho e Carvajal) a igualar os seis troféus de Gento. No jogo de despedida, antes do adeus definitivo no Euro2024, Toni Kroos (muito vigiado por Sabitzer) esperou pacientemente pelo momento de desembrulhar a Taça, assistindo Carvajal (74') para o golo que mudou a face da final.

Depois, foi só acelerar um pouco, com Camavinga e Bellingham a testarem Kobel antes de Vinícius Júnior dar ordem para gravar o nome dos "merengues" no troféu. O Borussia ainda marcou nos minutos finais, mas o golo não valeu. Era definitivo e oficial. Madrid dava a ordem para começar a festa.

Dortmund tentou

Mas antes dos festejos, mesmo sem o tipo de relação com a bola patenteada pelo Real Madrid, que chegou a superar os 70 por cento de posse, o Borussia dedicou-se a um jogo mais vertical, com algumas variações do centro de jogo muito oportunas, apostando na vertigem dos lançamentos dos centrais Nico Schlotterbeck e Mats Hummels, preferencialmente para o ala Karim Adeyemi.

Estratégia que condicionou fortemente os espanhóis, em inferioridade num meio-campo onde se notou a ausência de Tchouaméni. Camavinga e Toni Kroos tentavam estabilizar a equipa, mas sentiam dificuldades para travar a onda amarela, com o Borussia Dortmund a testar a forma de Thibaut Courtois, providencial num par de situações críticas e até um dos elementos mais decisivos.

Ao intervalo, apesar de alguns apontamentos de Vinícius Júnior (Bellingham e Rodrygo estiveram discretos), o Real Madrid não conseguira enquadrar qualquer remate com a baliza de Kobel, enquanto os "Die Schwarzgelben" deixavam a defesa "merengue" em permanente sobressalto, com momentos de pânico, como o protagonizado por Adeyemi aos 21 minutos, a iludir a marcação de Carvajal para embalar rumo à área onde Courtois tapou o caminho para a baliza antes do lateral espanhol recuperar a posição para evitar o golo que parecia iminente.

Os alemães dispuseram ainda de mais duas ocasiões flagrantes, com um remate de Niclas Fülkrug ao poste, embora ambas precedidas de fora-de-jogo (não assinalados). Essa dinâmica acabou por ser convertida numa tendência que convocava a dúvida junto de jogadores e adeptos do Real Madrid, impulsionando o Dortmund para um jogo impositivo, a questionar o favoritismo quase unânime atribuído aos reis da Champions.

Daí que o descanso tivesse chegado no tempo oportuno para o Real Madrid, que pôde ajustar-se e retomar o jogo com a segurança que ameaçou abalar as fundações de um conjunto que chegou a Wembley sem perder qualquer jogo na competição.

Em noite de despedida, Toni Kroos testou Kobel num livre directo, mas o caminho a percorrer na 18.ª final dos "blancos" não tinha atalhos e foi preciso mais Courtois e uma pitada do génio do médio alemão, que colocou a bola na rota de voo de Carvajal para o golo que empurrava o Real para a 15.ª Champions.

Um soco no estômago e 15 minutos finais de desnorte para os alemães, que podiam ter acabado de joelhos, mas caíram de pé, mesmo oferecendo o golo da confirmação a Vinícius.

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