Detidos a aguardar interrogatório libertados devido a greve de oficiais de justiça

“Ninguém quer que arguidos por tráfico de droga, violência doméstica ou outros crimes” sejam libertados desta maneira, garante sindicalista.

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Tribunal Central de Instrução Criminal no Campus da Justiça, em Lisboa Matilde Fieschi
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Cinco arguidos detidos e a aguardar interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tiveram hoje de ser libertados pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) devido à greve dos funcionários judiciais, revelou um dos sindicatos do sector.

Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, devido ao feriado de quinta-feira e à greve em curso dos oficiais de justiça não restou outra alternativa ao TCIC senão libertar os arguidos detidos por expirar o prazo máximo de 48 horas de detenção sem serem ouvidos por um juiz.

O sindicalista salientou que "ninguém quer que arguidos por tráfico de droga, violência doméstica ou outros crimes" sejam libertados desta maneira e acusou a Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) de responsabilidade na situação, ao não ter aceitado a proposta de serviços mínimos apresentada pelos representantes dos trabalhadores para os períodos ou semanas em que existem feriados.

No entender de António Marçal, a situação ocorrida deve-se "apenas à incompetência da DGAJ" e a "ministra da Justiça devia tirar ilações" sobre este organismo que tutela e que não aceita as propostas dos sindicatos. O mesmo dirigente diz que esta libertação indiscriminada de detidos poderá ocorrer novamente nos períodos ligados aos próximos feriados deste mês de Junho.

Uma delegação sindical será recebida no Ministério da Justiça na próxima quarta-feira para uma nova ronda de negociações salariais, de carreira e outras matérias.