Aborto, direitos fundamentais e radicalismo de esquerda
Sempre que uma pessoa vem armada de infinitas certezas acerca do tema do aborto, há pelo menos uma coisa que sabemos à partida: aquilo que ela tem para dizer não tem interesse algum.
Sem disso parecerem ter consciência, aqueles que defendem que o direito ao aborto deve ser inscrito na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia estão a ser tão absurdamente radicais quanto os que defendem que o aborto deve ser criminalizado e as mulheres enviadas para a prisão. Podem ser radicais de sentido oposto, mas a base do radicalismo é a mesma: ambos encaram um problema ético de extrema complexidade, possivelmente irresolúvel, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Sempre que uma pessoa vem armada de infinitas certezas acerca do tema do aborto, há pelo menos uma coisa que sabemos à partida: aquilo que ela tem para dizer não tem interesse algum.
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