Albuquerque indigitado promete governo de diálogo e pede responsabilidade aos partidos

O líder do PSD-M foi indigitado presidente do governo regional pelo representante da República. Albuquerque garante diálogo e apela à responsabilidade dos partidos.

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O representante da República na Madeira, Ireneu Cabral Barreto, recebe o cabeça de lista do Partido Social Democrata (PSD) às eleições de 26 de Maio, Miguel Albuquerque HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
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Na indigitação como presidente do governo da Madeira, Miguel Albuquerque prometeu um governo de “diálogo” e “auscultação parlamentar” e afirmou que a sua condição de arguido no processo que levou à queda do executivo e marcação de eleições antecipadas não vai condicionar a governabilidade da região.

“Eu não faço governos provisórios. Faço um governo para a legislatura de quatro anos. É isso que os madeirenses esperam”, disse Albuquerque aos jornalistas após uma reunião com o representante da República, em que foi formalmente indigitado líder do executivo.

O social-democrata que governa a Madeira desde 2015 alertou para a necessidade de os partidos serem “responsáveis” e prometeu que o seu governo vai ser de “maior diálogo, maior auscultação parlamentar”. Esse diálogo, alertou, não significa cedências ao Chega, até porque “não se pode entrar num clima de bacalhau a pataco e causar rupturas orçamentais”. “O governo vai governar em diálogo parlamentar e está susceptível à adopção de algumas medidas que serão consentâneas com o programa.” Albuquerque disse ainda que “não está dependente” do Ministério Público, nem dos resultados da investigação em que é arguido por suspeitas de corrupção. O processo está em fase de “averiguações”, desvalorizou.

O argumento da estabilidade tem vindo a marcar o discurso do líder do PSD-M, que tem mostrado disponibilidade para encontrar pontos de convergência, colocando o ónus da responsabilidade nos outros partidos. “Para o Programa do Governo, precisamos de uma maioria simples, como é evidente, e nós contamos com que os partidos que dizem que são anti-socialistas não vão alinhar com o socialismo para derrubar o governo”, disse Albuquerque em declarações à comunicação social, minutos antes de se dirigir ao Palácio de São Lourenço para a indigitação.

Esta manhã, Miguel Albuquerque e José Manuel Rodrigues, líder do CDS-PP, anunciaram lado a lado o acordo de incidência parlamentar que permitiu ao PSD chegar às audições com o representante da República com mais um deputado do que a aliança PS-JPP. Um entendimento escrito que permite "garantir a estabilidade política e a governabilidade", adiantaram os partidos em nota de imprensa.

A tomada de posse do governo regional está marcada para a próxima semana, a 6 de Junho. Para a véspera está marcada a instalação da Assembleia Legislativa e a eleição da mesma do parlamento da XIV Legislatura madeirense.

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