A África Ocidental que correu bem pode ser este festival em Abidjan
O 16.º FEMUA – Festival des Musiques Urbaines d’Anoumabo deu palco a um fenómeno global do rap local, Tam Sir, e ao tabu da saúde mental. Até isso se dança. “Aqui só não dançamos debaixo de fogo.”
Uma chuva de francos CFA cai sobre o campo de futebol de Anoumabo, ensopando a terra batida da única verdadeira praça deste arrabalde de Abidjan onde 72 mil habitantes amontoados reproduzem, em ponto pequeno, a transbordante exuberância migratória da capital económica da Costa do Marfim. Dezoito milhões no total (cerca de 27 mil euros) em cadeiras, aparelhos de ar condicionado, ecrãs de 75 polegadas, secretárias, computadores e donativos de magnitudes diversas para todas as colectividades locais, griots e chefes tradicionais incluídos – um maná saído dos bolsos da primeira-dama, Dominique Ouattara, para “a aldeia mais conhecida do mundo” ser ainda mais “choco” (chique, no calão local, o nouchi, que a partir dos guetos, e através da diáspora, vai também ele ensopando o francês de França).
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