Exército israelita mata oito palestinianos, dois menores, em raide a Jenin
Forças de Defesa de Israel alegam ter recebido “informações que indicavam actividade terrorista” em Jenin, na Cisjordânia ocupada. Duas das vítimas têm 15 e 16 anos.
O Exército israelita lançou na madrugada desta terça-feira uma operação militar na cidade de Jenin, no Norte da Cisjordânia, no que descreve como "operação de contraterrorismo", e matou oito palestinianos, dois deles menores.
A operação "de grande envergadura", como descreve a agência Reuters, envolveu dezenas de veículos militares, incluindo bulldozers blindados, e prolonga-se há quase 24 horas na cidade de Jenin e no campo de refugiados adjacente.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), a "operação de contraterrorismo" foi realizada em conjunto com o Shin Bet (serviços secretos internos), que teria reunido "informações que indicavam actividade terrorista" em Jenin.
"Unidades à paisana invadiram a área de repente e dispararam contra qualquer corpo em movimento na rua", relata Hazim Masarwa, condutor de ambulâncias na cidade, citado pela Reuters.
De acordo com as autoridades palestinianas, entre as vítimas mortais estão um professor e um médico-cirurgião, ambos mortos a caminho do trabalho, e um estudante de 22 anos. Foram também assassinados dois menores, de 15 e 16 anos.
Há ainda mais de 20 feridos, entre os quais o jornalista palestiniano Amr Manasra, de 25 anos, baleado pelas tropas israelitas. O Exército garante estar a investigar "acusações" sobre feridos "não envolvidos" — como se refere aos civis.
"O Hospital de Jenin é o mais importante da região e está cercado", denuncia o director do hospital, Wissam Baker, à Reuters. "Parece que as próximas horas serão difíceis, a ocupação está a reunir mais forças."
Também a agência de notícias palestiniana Wafa e o Crescente Vermelho confirmam o cerco militar ao hospital.
De Jenin chegam ainda relatos da "destruição deliberada de infra-estruturas e propriedades, incluindo estradas e bancas de vendas", "ocupação de casas" e "snipers posicionados em telhados ou janelas de edifícios", adianta a Wafa.
Desde 7 de Outubro do ano passado, dia dos ataques do Hamas em território israelita, que a violência na Cisjordânia ocupada se intensifica. Do lado palestiniano, pelo menos 513 foram mortos por soldados e colonos israelitas, incluindo mais de uma centena de crianças. Outros 8800 foram detidos nos últimos sete meses. Do lado de Israel, 12 pessoas foram mortas.