Resistir É Vencer, herança maior de José Mário Branco
O disco Resistir É Vencer, que faz agora 20 anos, impõe-se como obra-prima intemporal por tudo o que nos dá a ouvir.
Foi entre Abril e Maio, dois meses da maior importância na sua vida, que José Mário Branco (1942-2019) lançou o derradeiro disco de originais, Resistir É Vencer, faz agora 20 anos. Quando estamos perante mais um aniversário do nascimento do músico (faria 82 anos em 25 de Maio), recuar duas décadas até ao lançamento desse disco é um exercício de surpreendente actualidade, pois podia ter sido lançado agora. Tudo aquilo que ainda nos inquieta ou rodeia, anda por lá, como andam por lá os muitos géneros musicais que faziam dele um músico tão exigente quanto ecléctico – não era por ironia que se dizia “artista de variedades”. Depois do exercício de crítica e balanço geracional de Ser Solidário, de 1982, que ia de Travessia do deserto ao visceral FMI, desdobrando-se em vários géneros musicais (rock, jazz, música tradicional, fado, marcha, etc.), e do enfrentar de fantasmas nesse extraordinário poema sinfónico que é A Noite (1985), Resistir é Vencer (2004) impõe-se, ainda hoje, como obra-prima intemporal. Ao reouvi-la, entende-se o que levava José Mário Branco a dizer que tinha feito as canções todas, pois estava tudo ali.
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