Lucros dos BCP crescem 8,4% para 234,3 milhões no primeiro trimestre

Resultados em Portugal apresentaram um aumento de 18,4%, para cerca de 203 milhões de euros.

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Como os seus concorrentes mais directos, banco Millennium BCP aumenta resultados no arranque no ano Andreia Carvalho
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O resultado líquido consolidado do Millennium BCP subiu 8,4% nos primeiros três meses do ano, para 234,3 milhões de euros, face a igual período do ano passado, anunciou esta quarta-feira a instituição financeira. Isolando a actividade em Portugal, os lucros ascenderam a 203,5 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 18,4% face a igual período de 2023.

O Bank Millennium, na Polónia, registou “o sexto trimestre consecutivo com resultados positivos”, destacou o presidente executivo da instituição, Miguel Maya, na apresentação de resultados. Este banco terminou o primeiro trimestre com “um resultado líquido 29,7 milhões de euros, apesar dos encargos de 190,91 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços (dos quais 117,42 milhões de euros de provisões)”. O Millennium Bim (Moçambique) obteve um resultado de 22,6 milhões de euros.

“Para o crescimento do resultado líquido do grupo contribuiu largamente a evolução favorável das outras imparidades e provisões, de 237,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, para 145,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024”, refere o Banco na informação divulgada. Aquela redução verificou-se, maioritariamente, nas provisões adicionais para fazer face ao risco de litigância implícito na carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira na subsidiária polaca (-57,1 milhões de euros, de 174,5 milhões de euros para 117,4 milhões de euros”, e ainda “a montantes líquidos do valor originado pelas operações do Euro Bank S.A., a ser ressarcido por entidade terceira), tendo também beneficiado duma redução na actividade em Portugal”.

A margem financeira (a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) consolidada situou-se 4,8%, para 696,2 milhões (664,6 milhões de euros apurados um ano antes), mas o produto bancário caiu 13,1% para 868,8 milhões de euros (1000,1 milhões no período homólogo). E o resultado operacional core do grupo deslizou 1,2%, para 584,6 milhões de euros.

Positiva foi a evolução dos recursos totais do grupo, que crescem 7% face a Março de 2023 para 98,5 mil milhões de euros. Em sentido inverso, o crédito a clientes diminuiu 0,9%, para 55.229 milhões de euros (55.745 milhões de euros em termos homólogos), que o responsável justifica com "a evolução da política monetária restritiva".

Na apresentação dos resultados, Miguel Maya destacou “a robustez e a resiliência” dos resultados do banco, destacando o reforço do rácio de capital CET1 de 16,0% e o rácio de capital total de 20,5% (com aumentos de 246 pontos base e de 255 pontos base, respectivamente, face ao período homólogo de 2023), evidenciando a forte capacidade de geração orgânica de capital.

A solidez dos rácios de capital permite ao banco pagar mais aos accionistas, referiu Miguel Maya, que reafirmou a intenção de distribuir 50% dos lucros, "ou mais", em dividendos em 2024 (30% em 2023), porque o pagamento de dividendos adequados é essencial para o banco "atrair investidores".

"Um banco precisa de investidores, isso é muito claro, e os investidores para investirem num banco têm de ter remuneração", disse, lembrando que o banco passou por um período “mais difícil”, em que ter grandes accionistas foi importante, como é o caso da Fosun (que recentemente diminuiu a participação) e a Sonangol, tendo agora "todas as condições para ter maior free float [capital disperso]”.

Miguel Maya lembrou que há grandes bancos com um free float de 90%, desvalorizando assim, o impacto de uma hipotética redução dos accionistas de referência.

O banco prepara um novo plano estratégico, a apresentar juntamente com as contas do terceiro trimestre.

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