Novas regras da AIMA podem pôr em risco investigação, alertam inspectores da PJ

Inspectores da PJ alegam que não têm acesso às informações dos processos, onde podem constar empresas de fachada usadas por redes criminosas.

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A AIMA tornou mais fácil a resposta às manifestações de interesse dos requerentes de visto de residência que paguem antecipadamente as taxas Nuno Ferreira Santos
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A investigação criminal não tem acesso às informações dos processos de manifestações de interesse dos requerentes de visto de residência na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), nos quais podem constar empresas de fachada usadas por redes criminosas, alegam os inspectores da Polícia Judiciária. A notícia foi avançada este sábado pelo Diário de Notícias. A AIMA tornou recentemente mais fácil a resposta aos requerentes de visto de residência que paguem antecipadamente as taxas, cujo custo é de 91,46 euros.

"A falta de acesso, ou o acesso limitado à nova base de dados limitará de forma muito séria a investigação criminal, vindo a acrescentar dificuldades no acesso à informação”, declarou ao DN Rui Paiva, inspector da Polícia Judiciária (PJ) e presidente do Sindicato dos Profissionais da Investigação Criminal (SPIC), herdeiro do extinto sindicato da carreira de investigação e fiscalização do SEF.

Refere o DN que, os estrangeiros com a taxa paga receberão um link via e-mail para um novo portal que será lançado em breve pela AIMA. Estes processos contêm informação, como contrato de trabalho, atestados de residência, inscrição na Segurança Social e na Autoridade Tributária - documentos obrigatórios para obtenção do título de residência - que são do interesse da investigação criminal.

O SPIC questiona se a PJ terá acesso ao novo portal. “Se não tiver, a investigação não faz a mínima ideia da forma como os cidadãos estrangeiros se legalizam, eventualmente através de empresas simplesmente constituídas para legalizar imigrantes e sem qualquer actividade comercial. Quem paga passa para uma plataforma especial. Isso é política administrativa, não contestamos, mas essa nova plataforma tem de ficar ao dispor da PJ. A importância prende-se, sobretudo, com o facto de ser necessário verificar as eventuais empresas que se encontrem sob investigação, os eventuais descontos fraudulentos que suportem a presunção de entrada legal em território nacional, entre outras eventuais práticas criminosas. Ninguém nos deu nenhuma indicação sobre a forma como se vai processar a legalização”, lamentou Rui Paiva.

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