Debates televisivos: candidatos da AD e PS insistem que não vão conseguir fazer 28

PS e AD recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, TVI e SIC para as eleições europeias de 9 de Junho, no qual estavam previstos 28 frente-a-frente entre os cabeças de lista.

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A cabeça de lista do Partido Socialista às eleições Europeias, Marta Temido MIGUEL A. LOPES / LUSA
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O cabeça de lista da AD às europeias, Sebastião Bugalho, afirmou este domingo que o modelo de debates para este tipo de eleições é inédito e será necessário conciliar o interesse das televisões com o calendário de pré-campanha.

“O modelo de debates avançado pelas televisões nunca tinha acontecido numa eleição europeia. É natural que as candidaturas ainda tenham que se habituar ao facto de este modelo ter sido proposto”, referiu o candidato da Aliança Democrática (AD).

Falando à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja, Sebastião Bugalho salientou que as partes vão “trabalhar em conjunto para procurar uma solução” para que o calendário das televisões e o da pré-campanha se encontrem “a meio”.

“Haverá, obviamente, debates na televisão. Estamos à espera da proposta das televisões para conseguir conciliar o calendário da pré-campanha com o calendário dos debates”, sublinhou.

Assinalando que não menospreza nem descarta “o compromisso democrático” dos debates televisivos, o candidato da AD também vincou que a sua campanha “é de rua e próxima das pessoas”.

De acordo com o jornal Expresso, o PS e a AD recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, TVI e SIC para as eleições europeias de 9 de Junho, no qual estavam previstos 28 frente-a-frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.

Estas forças políticas alegaram tratar-se de um número elevado de duelos, que afectaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.

Igualmente em visita à Ovibeja, esta manhã, a cabeça de lista do PS, Marta Temido, afirmou não conseguir “fazer debates com todos” os outros candidatos, devido ao “calendário curto” até às eleições, mostrando-se disponível para encontrar outros formatos.

No sábado, no final da Comissão Nacional do PS, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, afirmou que o seu partido tem que “fazer campanha na rua, no território, com as pessoas” e não passar “o tempo todo em debates e em comentários de debates”.

Também o cabeça de lista do PCP às eleições europeias, João Oliveira, já acusou o PS e a AD de não quererem “confrontar-se com o escrutínio” nos debates televisivos, defendendo que a recusa prejudica a mobilização do eleitorado às urnas.

Já a cabeça de lista do BE às eleições europeias, Catarina Martins, acusou PS e PSD de quererem esconder os seus candidatos por terem rejeitado o modelo de debates proposto, e insistiu nos frente a frente.

Por sua vez, o líder da IL, Rui Rocha, apontou a estes dois a autoria de “um ataque à democracia” por estarem a “tentar impedir” a realização de debates sobre as eleições europeias com todos os partidos.