Directora-geral da Justiça abandona funções
Juíza Isabel Namora exercia cargo desde 2019, tendo pedido para sair por razões pessoais.
A directora-geral da Administração da Justiça, Isabel Namora, abandonou funções a seu pedido. A juíza, que exercia o cargo desde 2019, foi recentemente criticada pelos sindicatos de oficiais de justiça na sequência de uma greve em que não foram decretados serviços mínimos para os funcionários dos tribunais, o que teve como consequência a libertação de vários arguidos detidos por tráfico de droga e violência doméstica.
Isabel Namora, que pediu à ministra da Justiça para abandonar o cargo por razões pessoais, responsabilizou a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público e o Tribunal da Relação de Lisboa pela situação, mas os sindicatos acusaram-na de não ter acautelado o facto de a greve ter tido lugar numa semana com um feriado pelo meio, o do 25 de Abril, o que significou que os arguidos que não fossem ouvidos pelos magistrados no prazo máximo de 48 horas por não haver funcionários para assegurar essas diligências tinham de ser postos em liberdade. Por mais de uma vez no passado, os sindicatos dos funcionários judiciais tinham pedido a sua demissão.
A juíza irá agora ingressar no Tribunal da Relação do Porto, ficando a substituí-la temporariamente a sua número dois, a igualmente juíza Cláudia Pires, até a tutela nomear uma nova directora-geral. Antes de se tornar directora-geral, a convite da ministra da Justiça Francisca van Dunem, Isabel Namora tinha dirigido a comarca judicial de Coimbra.