Paul Auster (1947-2024), “que coisa estranha aconteceu a este rapazinho”

Acreditava que a escrita era música e procurou o seu ritmo em histórias marcadas pelo imponderável. Criou um estilo, foi uma estrela, levou “socos” da crítica e retirou-se quase em silêncio.

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Paul Auster em 2005, durante uma passagem por Portugal, país que visitou com regularidade ao longo dos anos Pedro Cunha
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Há territórios que quando se percorrem parecem ter vindo da ficção, criados por um escritor. Isso acontece quando se pisa esse chão e se olha em volta depois de lida a obra. Park Slope, Brooklyn, com as suas casas de pedra alinhadas, as árvores nos passeios, um ou outro gato à janela, os cães a correr no jardim ali perto, as lojas a uma esquina que vendem quase tudo, como cigarros à meia-noite, e as túlipas em todos os canteiros quando a Primavera está quase a chegar. O que pode acontecer naquele estranho sossego? Não foi Paul Auster que criou isto?

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