Bocarra: corpos em que ressoam vozes de resistência

A nova criação de Luísa Saraiva, estreada no Festival DDD – Dias da Dança, prossegue o seu trabalho em torno das reverberações entre o som e o corpo, desta vez partindo de canções mirandesas.

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Bocarra explora o trânsito entre o som e o corpo, a partir de canções tradicionais de Miranda do Douro JOSÉ CALDEIRA
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Num palco soturno, povoado por bizarros objectos ­— aros circulares que tensionam os tecidos brancos das bordadeiras e servirão de instrumentos de percussão; pedras de ardósia suspensas que se tocam e ecoam as vibrações do ar; um misterioso pedestal onde se incrustam pequenos tubos cerâmicos, instrumentos de sopro e toque —, circulam três corpos em movimentos quadrúpedes, activando uns badalos que carregam ao pescoço, ecoando uma paisagem tão bucólica quanto intrigante.

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