Tita Maravilha vence 5.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II
Ao receber o Prémio, a artista diz procurar que a sua arte represente a liberdade e se torne um espaço de partilha, divertimento e encontro.
Foi no passado dia 24 de Abril que teve lugar, no São Luiz Teatro Municipal, a entrega do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II. Numa parceria entre estas duas instituições, esta é a distinção que se dirige aos jovens artistas de Teatro, até aos 30 anos, cuja carreira e trabalhos desenvolvidos se tenham destacado no ano anterior. Nesta 5.ª edição, foi altura de distinguir a autora, encenadora, performer, palhaça e programadora Tita Maravilha.
"Este é um Prémio que recebo de coração aberto”, palavras da vencedora, que acrescentou: “Sinto que alguns lugares por onde passei não estavam prontos para mim. Enquanto artista, ter de inventar oportunidades e ter de criar espaços a cada dia…faz de mim uma criadora de universos. Faço um pouco de tudo para sobreviver e essa é também uma das descobertas dentro do processo. Acho que a palavra importante aqui talvez seja oportunidade. Às vezes, tudo o que a gente precisa é de um empurrãozinho. Então, que os espaços se abram e que estejam confortáveis para que o trabalho seja feito com dignidade”.
Para Tita, a par com a felicidade que é receber este Prémio, fica o desejo de que a arte se transforme e o futuro possa ser risonho para todos: “Que a arte possa ser um espaço de alívio de traumas e de compartilhar, um espaço divertido, de encontro. Eu espero que a gente consiga reconstruir e buscar uma arte que seja transformadora e, às vezes, de dentro para fora e vice-versa. Que seja divertido, que seja prazeroso e que possa ser também um alívio dos nossos traumas. Sempre pensar uma arte que caminha para o futuro”.
Mário Coelho, actor e encenador, foi o vencedor da 2.ª edição. Este ano, assumiu um papel diferente, o de jurado. E se afirma que este papel traz consigo uma responsabilidade acrescida, também acredita que acabou por ser uma ferramenta para que, também ele, ficasse mais alerta. “Não é para prémios que os artistas trabalham, mas acho que estes são uma ideia de reconhecimento, de valorização. É sobre sentires que, de alguma forma, estão a ver o teu trabalho. Eu acho que é cada vez mais importante nós olharmos para os artistas e dizermos: eu vejo o que tu estás a fazer, eu apoio. É sobre nutrição, sobre apoio e, sobretudo, as portas que abre”.
Neste sentido, atribuir este reconhecimento a uma artista como Tita é, para o actor, um marco realmente importante: “Uma coisa que eu sinto que é muito bela na Tita, para além do lado multidisciplinar dela enquanto artista, é que transporta muitos outros artistas com ela. Fico muito feliz com a escolha deste ano. Há muita gente que obviamente merece este Prémio, mas acho verdadeiramente que a Tita é uma pessoa que se destaca, é uma artista do agora, que está a reescrever as mesmas histórias de sempre, e eu acho que isso são mais do que motivos para ser merecedora deste Prémio”.
O Prémio Revelação Ageas D. Maria II tem sido um dos exemplos da feliz parceria entre as duas instituições. Com o Teatro no centro de todas as decisões, as cinco edições falam por si e o sucesso tem sido mais do que garantido. "Esta é uma parceria que nos deixa muito orgulhosos: por um lado, reforça a nossa aposta e contributo para o desenvolvimento da cultura em Portugal; por outro, o teatro em especial é um agente transformador social e cultural, que nos transporta para reflexões importantes e que nos une na celebração da diversidade e da riqueza do ser humano. Encontrámos na equipa do Teatro Nacional D. Maria II a sintonia perfeita de valores e atitude, naquilo que é a base da nossa relação e na forma como olhamos para o futuro, em conjunto", sublinha Inês Simões, Directora de Comunicação Corporativa, Marca e Cultura Organizacional do Grupo Ageas Portugal.
Palavras que em muito se assemelham às de Rui Catarino, Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II: “Este sinal que queremos dar, de apoio, destas duas instituições, à contemporaneidade e à diversidade que existe no panorama teatral português, é a mensagem que este Prémio também tenta passar. Galardoamos uma pessoa, mas nessa pessoa estamos, na realidade, a valorizar toda uma nova geração de criadores e criadoras que se querem afirmar, e que se têm afirmado, para a vitalidade do Teatro português”.
Distinção feita, foi altura de dar palco aos jovens artistas que deram corpo e voz ao espectáculo “Quis Saber Quem Sou - Um Concerto Teatral”, de Pedro Penim, integrado na Odisseia Nacional, uma viagem do Teatro Nacional D. Maria II através da qual, ao longo deste ano, é levada a sua programação a todo o país. Nos 50 anos da Revolução, e no 5.º deste Prémio, a liberdade foi cantada a plenos pulmões, os dos 13 actores em palco e os de toda a plateia presente.