Temido acusa Marcelo de “desrespeitar a história”. Voto de condenação do Chega recebe críticas

Partidos entregaram listas às eleições europeias. À porta do Tribunal Constitucional, comentaram as declarações do Presidente da República sobre reparações históricas e o voto de condenação do Chega.

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O Presidente da República defendeu reparações históricas pela colonização Nuno Ferreira Santos
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Os partidos entregaram, esta segunda-feira, a lista definitiva de candidatos ao Parlamento Europeu no Tribunal Constitucional. Alguns dos líderes e cabeças de lista criticaram tanto as declarações do Presidente da República – que defendeu que Portugal deve reparar os países que colonizou –, como o voto de condenação apresentado pelo Chega, que classificou as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa como "uma traição ao povo português e à sua história".

"Não alinhamos em show offs mediáticos", afirmou Inês Sousa Real, referindo-se ao voto de condenação apresentado pelo Chega sobre as declarações do Presidente da República a defender reparações histórias pela colonização. Para a porta-voz do PAN, as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa foram "infelizes", já que a discussão deve ser tida mas noutro contexto.

Rui Rocha critica a posição do Chega, que classifica como "tentativa de protagonismo". O presidente da Iniciativa Liberal lamentou a atenção que se tem dado ao passado que "devia estar encerrado".

Sobre a polémica que envolve o Chega, Marta Temido acredita que "não vale a pena comentar" as iniciativas do partido de André Ventura mas relembra que "a democracia tem regras próprias e esperamos que todas as forças políticas tenham respeito pelas regras da democracia".

Já as declarações do Presidente da República mereceram críticas da cabeça de lista dos socialistas: os temas são "demasiado sensíveis para se poderem falar en passant, para se poderem tratar no contexto leve, ligeiro de uma declaração de circunstância". "E penso que isso até, de alguma forma, é desrespeitar aquilo que é a história, aquilo que é o envolvimento de todas as partes num processo histórico", frisou.

Tanto a coordenadora do Bloco de Esquerda como a candidata a eurodeputada, Catarina Martins, não quiseram comentar a polémica que envolve o Presidente da República e o Chega, já que Mariana Mortágua falou do tema nas celebrações do 25 de Abril, na Assembleia da República, onde considerou que Portugal deve abrir um debate sobre o passado colonial.

Sebastião Bugalho, cabeça de lista da AD, recusou comentar as declarações do Presidente da República sobre a necessidade de Portugal reparar historicamente os países colonizados.

Sobre o voto de condenação do Chega às declarações do Presidente da República, André Ventura diz que quer ver esclarecido que: "Portugal não vai iniciar nenhum processo de reparação às ex-colónias", já que "não devemos rever a história". "Não indemnizámos os ex-combatentes e vamos indemnizar as colónias?", questiona André Ventura.

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