Depois da polémica, Assembleia do Livre aprova Francisco Paupério para as europeias

Reunião do órgão máximo do partido entre congressos começou na sexta-feira mas teve de ser suspensa até domingo devido às divergências entre os seus membros.

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Francisco Paupério venceu ambas as voltas das primárias do Livre Rui Gaudêncio
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A Assembleia do Livre aprovou este domingo à noite a lista de candidatos às eleições europeias, encabeçada pelo investigador Francisco Paupério, com 13 votos a favor, 18 abstenções e seis contra.

A Assembleia do Livre retomou este domingo os trabalhos depois de ter estado reunida na sexta-feira à noite para votar a lista de candidatos às europeias. Os trabalhos acabaram por ser suspensos e a votação reagendada para esta noite, na véspera da data limite para entregar os nomes ao Tribunal Constitucional.

De acordo com relatos feitos à agência Lusa por fontes do partido, alguns membros da Assembleia manifestaram dúvidas em aprovar o nome do cabeça-de-lista, Francisco Paupério, depois de este ter vencido as primárias do Livre com uma quantidade significativa de votos únicos de não militantes.

No passado dia 20 de Abril, o investigador e dirigente do partido ficou em primeiro lugar na lista do Livre para as eleições europeias, escolhida através de primárias abertas. Francisco Paupério, que já tinha vencido a primeira volta, voltou a ficar em primeiro na segunda volta das primárias, na qual concorreram seis candidatos, seguido da dirigente e número dois do partido no Porto nas últimas legislativas, Filipa Pinto.

Francisco Paupério tem 28 anos, é natural de Leça da Palmeira, em Matosinhos, e a sua profissão é investigador. O dirigente do Livre, membro da Assembleia, é formado em biologia, com especialização em bioinformática, pelas Faculdades de Ciências das Universidades do Porto e Lisboa e está actualmente a concluir o doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Em terceiro lugar na lista, aprovada este domingo, ficou o dirigente Carlos Teixeira, que também foi candidato por Lisboa nas últimas legislativas, em quarto a investigadora Mafalda Dâmaso, de seguida o chefe de gabinete do Livre na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, e por último, em sexto lugar, Inês Pires, que foi cabeça de lista por Leiria nas últimas legislativas.

A 16 de Abril, a Comissão Eleitoral do processo de primárias do Livre para as europeias decidiu restringir o voto na segunda volta a apenas membros e apoiantes (ou seja, militantes), por considerar que existiram "fortes indícios de viciação" do processo por cidadãos que não integram o partido e se inscreveram para participar. Esta decisão foi revertida cerca de 48 horas depois pela Comissão de Ética e Arbitragem, que integra o Conselho de Jurisdição do partido, que considerou que "não foram apuradas condutas concretas que traduzam uma viciação do processo eleitoral".

Segundo a Comissão Eleitoral, em causa estava o facto de ter surgido um candidato - Francisco Paupério -- "com um número excessivo de votos únicos (aqueles que provêm de um eleitor que apenas ordena um candidato)", considerando este número "excessivo em comparação com outras primárias e em comparação com os restantes candidatos desta eleição".

De acordo com o regulamento das primárias do Livre, no momento da votação, a escolha faz-se "através de ordenação dos candidatos, de forma preferencial de 1 a 6", ainda que esta não seja obrigatória.