Reparar

O mais importante numa discussão sobre reparações é... reparar no racismo.

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O tráfico transatlântico de pessoas escravizadas, em que Portugal foi protagonista, não foi da mesma natureza, grau e consequências que a escravatura noutros contextos históricos e geográficos, incluindo a própria África. Além dos seus aspetos económicos e do seu efeito no enriquecimento da Europa e dos colonialismos de assentamento nas Américas, um dos seus aspetos centrais (para um antropólogo como eu e para a discussão sobre reparações) foi ter criado as condições para a invenção da ideia moderna de "raça" como estrutura de desigualdade e hierarquia. Racismo, portanto, como "justificação" para o que até na época muitos consideravam uma desumanização insustentável.

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