Declarações de Marcelo: partidos falam em “mau gosto” e “traição à pátria”. PSD e PS fogem ao tema

PSD e PS recusaram comentar as declarações do Presidente da República durante um jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro MANUEL DE ALMEIDA / LUSA
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PSD e PS foram a excepção e recusaram comentar, mas metade dos partidos com assento parlamentar criticou duramente as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre Luís Montenegro e António Costa durante um jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal. André Ventura avisou mesmo que se irá referir ao caso no seu discurso na sessão solene do 25 de Abril no Parlamento e que se em Portugal "houvesse um processo de destituição do Presidente como há noutros países, o Chega não hesitaria em o abrir" na sequência deste caso.

O presidente do Chega foi muito crítico com aquele que já foi o seu adversário em eleições presidenciais, admitindo "estupefacção, consternação" por ouvir tais declarações de Marcelo. "Não é muito dignificante", apontou, considerando que não se trata de "uma tontice", mas sim de uma "traição profunda ao povo e aos que lutaram" para acabar com a ditadura. André Ventura afirmou que o Presidente terá feito os comentários propositadamente. "Penso que o Presidente estará bem em termos de faculdades; quero acreditar que o disse com consciência."

"Não é só de mau tom e mau gosto, independentemente de quem ocupa o cargo de primeiro-ministro, (...) manifesta preconceito, discriminação e classismo", apontou a coordenadora bloquista Mariana Mortágua.

A líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, afirmou que o partido está "chocado" com o que ouviu de quem devia representar a "unidade" do país e de todos os portugueses do Ocidente e Oriente, de meio rural e urbano, e considerou ser um discurso que "alimenta preconceitos e contribui para uma maior polarização da sociedade".

Para a deputada única e porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, tratou-se de um "desrespeito institucional", sobretudo vindo do Presidente da República, que "representa todos, independentemente de virem do meio urbano ou rural".

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