Universidade de Colúmbia cancela aulas presenciais após protestos pró-Palestina

A mudança para aulas online ocorre após a polícia ter desmontado um acampamento montado por estudantes pró-Palestina com autorização da reitora, detendo mais de 100 pessoas.

Foto
Reitora da Universidade de Columbia, Nemat Minouche Shafik, condena os comportamentos de intimidação que, segundo ela, ocorreram em campus. Caitlin Ochs / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:02

Os estudantes da Universidade de Colúmbia irão assistir às aulas virtualmente, e funcionários e docentes esperam atenuar a tensão no campus de Nova Iorque, após manifestações pró-palestinianas terem levado a detenções em massa na semana passada.

Numa declaração feita na segunda-feira, a reitora da Universidade de Colúmbia, Nemat Minouche Shafik, afirmou que a universidade iria cancelar as aulas presenciais na segunda-feira e condenou a linguagem anti-semita e os comportamentos de intimidação e assédio que, segundo ela, ocorreram recentemente no campus. Horas depois do anúncio da decisão, dezenas de pessoas foram detidas durante uma manifestação pró-palestiniana na Universidade de Yale.

“Esta tensão tem sido explorada e amplificada por indivíduos que não estão ligados à Universidade de Colúmbia e que vieram para o campus para seguir as suas próprias agendas”, afirmou Shafik. “Precisamos de um recomeço.”

Mais de 100 manifestantes pró-Palestina foram detidos, na quinta-feira, no campus da Universidade de Colúmbia, depois de a reitora ter autorizado a polícia de Nova Iorque a desocupar um acampamento montado por estudantes que se manifestavam contra as acções de Israel em Gaza.

Segundo os jornais locais, Elie Buechler, um rabino ortodoxo da Universidade de Colúmbia e da sua filial Barnard College, disse aos estudantes, numa mensagem online, que a polícia do campus e da cidade não poderia garantir a segurança dos estudantes judeus.

“Lamento profundamente dizer que recomendo vivamente que regressem a casa o mais depressa possível e que lá permaneçam até que a situação dentro e fora do campus tenha melhorado drasticamente”, escreveu Buechler a centenas de pessoas antes do início da Páscoa, no fim-de-semana, numa mensagem de WhatsApp.

Os protestos em Colúmbia, que evocam as manifestações contra a Guerra do Vietname, há mais de 50 anos, são os mais recentes de uma série de manifestações que perturba os campus universitários, pontes e aeroportos desde a última escalada do conflito israelo-palestiniano que começou a 7 de Outubro.

Paralelamente aos protestos, as associações e activistas dos direitos humanos assinalaram também um aumento do preconceito e do ódio contra judeus, árabes e muçulmanos nos meses que se seguiram ao 7 de Outubro.