Estudantes e escolas médicas querem revisão das ULS nos hospitais universitários

É fundamental garantir uma melhor articulação entre as escolas médicas e os respectivos hospitais e centros de saúde com ensino universitário, segundo estudantes e escolas médicas

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O Centro Hospitalar Universitário de São Joao (CHUSJ) deixaria de integrar uma ULS, caso as reivindicações sejam aceites Manuel Roberto (arquivo)
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O Conselho das Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) e a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) pediram à ministra da Saúde para rever a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS) nos hospitais universitários.

"O CEMP e a ANEM apelam, designadamente à senhora ministra da Saúde, que se possa vir a rever a actual legislação relativa à criação das ULS nos 'hospitais universitários', de modo que se lhes reconheça a especificidade do seu estatuto no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), permitindo-lhes conciliar a sua importante missão assistencial com as missões mais específicas das academias com quem se relacionam", referem estas associações num documento conjunto, após terem reunido na sexta-feira, e a que a Lusa teve acesso.

Para estas, é fundamental garantir uma melhor articulação entre as escolas médicas e os respectivos hospitais e centros de saúde com ensino universitário.

Segundo o CEMP e a ANEM, esta opção permitirá o desenvolvimento dos Centros Académicos Clínicos (CAC) que há muito foram legislados, sendo que, "por motivos políticos e operacionais, se aguarda ainda a real implementação de muitos deles e também regulamentação que os consolide".

Motivo pelo qual estas associações recomendam ao Governo de Luís Montenegro que desenvolva esforços para a revisão da regulamentação dos CAC permitindo que sejam alargados com a inclusão de outros hospitais e unidades de saúde, públicas ou privadas, associados às escolas médicas.

"Solicita-se também a reactivação do Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos", acrescentam.

Na visão do CEMP e ANEM é importante garantir o desenvolvimento e o futuro das escolas médicas portuguesas para inverter "a actual crise assistencial" do SNS.

A par destas reivindicações, o CEMP e a ANEM manifestaram ainda preocupações pelo estado do ensino médico em Portugal, nomeadamente pela "relativa falta de condições jurídicas, organizacionais e financeiras para o bom exercício das missões das faculdades e escolas de medicina".

Recorde-se que este novo Governo quer reformular as competências e a orgânica da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), simplificando-a, assim como o modelo das ULS, sobretudo nos hospitais universitários.

De acordo com o programa do Governo, o executivo pretende avaliar o desempenho das ULS e rever a sua planificação, "com particular destaque para as que integram hospitais universitários", assim como concretizar "Sistemas Locais de Saúde flexíveis com participação de entidades públicas, privadas e sociais".