Paulo Portas não foi ao congresso do CDS, mas discurso foi alinhado com Melo

O ex-líder centrista enviou uma declaração gravada em vídeo. Diz que o partido tem oportunidade de provar “com competência” que é necessário.

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O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, durante a apresentação da sua moção de no 31.º Congresso PAULO NOVAIS / LUSA
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Paulo Portas não foi até ao congresso do CDS-PP, mas esteve no palco dos centristas, numa mensagem gravada em vídeo, para defender a vitalidade do partido que resistiu às mortes anunciadas com a saída da Assembleia da República em 2022. O ex-presidente do CDS, que liderou o partido entre 2007 e 2016, afirmou que o partido é um dos "resistentes e persistentes e por isso fundadores da democracia portuguesa e haverá sempre eleitores para o defender e militantes para o proteger".

Agora, vaticinou o ex-líder centrista é preciso agarrar a oportunidade de "provar bem, com competência no serviço", que o partido é necessário. Paulo Portas assinalou que o conclave acontece semanas depois de os portugueses "terem dito que querem alternância e mudança", alegando que "não há democracia sem alternância". "Todos sabemos que quando as democracias deixam de ter alternância se transformam numa ficção", sustentou.

Por outro lado, continuou, "pelo voto dos portugueses no quadro da Aliança Democrática [coligação que juntou PSD, CDS-PP e PPM] também foi expressa a vontade de que a voz da democracia cristã, aberta a liberais e conservadores, como sempre aconteceu nesta instituição, voltasse ao Parlamento e voltasse ao governo".

"Esta evolução, boa, positiva, encerra uma lição sobre a nossa história contemporânea. Há quase 50 anos durante o PREC [Processo Revolucionário Em Curso], um extremo à esquerda julgou que eliminava o CDS politicamente, intelectualmente e até fisicamente enganaram-se redondamente. Há dois anos, um outro extremo, desta vez à direita, pensou que tinha chegado o fim do CDS. Voltaram a precipitar-se e a enganar-se", afirmou.

"A oportunidade que nos é dada agora é a de provar bem, com competência no serviço, que o partido é necessário, que o partido contribui para a competência e é útil aos portugueses. Na era dos extremos nada é mais necessário do que convicção com moderação. Na era da demagogia nada é mais útil do que o serviço aos outros com competência", avisou.