BCE corta juros em Junho se dados continuarem positivos

O vice-presidente do BCE diz que o banco central está “preparado para reduzir as restrições de política monetária” em Junho se a actual trajectória de descida da inflação se mantiver.

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Luis de Guindos, vice-presidente do BCE Miguel Manso
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O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse esta quinta-feira, no Parlamento Europeu, que o banco central fará em Junho um corte das taxas de juro se a evolução dos dados continuar a mostrar uma melhoria da inflação.

“Temos sido muito claros no que respeita à política monetária. Se as coisas continuarem a evoluir como ultimamente, em Junho estaremos preparados para reduzir as restrições da política monetária", disse Guindos, em audição da Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu.

Guindos sublinhou que a inflação tem descido e que as projecções do BCE perspectivam que mantenha essa trajectória, ainda que a um ritmo mais moderado, atingindo em 2025 a meta de 2%. No entanto, o vice-presidente do BCE reconheceu que existem alguns riscos que podem influenciar a evolução dos preços, incluindo a evolução dos salários, da produtividade, dos custos unitários do trabalho, das margens de lucro e os riscos geopolíticos.

O antigo ministro da Economia de Espanha disse que os actuais níveis de taxas de juro representam um importante contributo para o processo de desinflação e que a política monetária continuará restritiva pelo tempo que seja necessário.

Na semana passada, a presidente do BCE, Christine Lagarde, já abriu a porta a um corte das taxas na próxima reunião do BCE, que irá decorrer, precisamente, em Junho.

Em Março, a inflação da zona euro foi de 2,4%, abaixo dos 2,6% de Fevereiro.

Esta quarta-feira, em entrevista à CNBC, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, considerou que, perante as actuais circunstâncias, o BCE tem condições para avançar com vários cortes nas taxas de juro este ano, incluindo já em Junho.