No coração de Lisboa, antigo convento abre como hotel no Verão: 370 alojamentos, dez bares e restaurantes
A dois passos do Marquês, no espaço do antigo Convento de Santa Joana, que chegou a albergar a PSP, o Locke está quase a abrir: 370 alojamentos, bares e restaurantes, jardim e piscina. E museu.
Quase uma década depois da venda do complexo lisboeta pela empresa pública Estamo - Participações Imobiliárias, o antigo Convento de Santa Joana, vizinho da Avenida da Liberdade e do Marquês de Pombal, está finalmente pronto a iniciar a sua nova vida como hotel. O grupo britânico Locke, responsável pelo projecto, confirmou a abertura para "este Verão", nesta que é a estreia da chancela em Portugal.
No território outrora conventual, ao lado da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, ergue-se agora "das ruínas" um complexo que inclui novas edificações em nove pisos, com entradas nas ruas de Santa Marta e de Castelo Branco: o Locke de Santa Joana tem "370 unidades de alojamento, entre apartamentos, quartos de hotel, penthouses e suítes", informa o grupo em comunicado. E é tudo em grande, já que uma das maiores âncoras do hotel serão "dez restaurantes e bares com conceitos inovadores". Entre "amplas áreas sociais", incluem-se "espaços de cowork, eventos e salas de reuniões", ginásios e galeria de arte, além de jardins, "terraço com sundeck e piscina exterior".
Prometem-se muitas atracções contemporâneas, mas garante-se também uma ligação com a história local. O convento remonta a 1699, como indica a Direcção-Geral do Património Cultural, tendo sido "extinto em 1890, após a morte da última religiosa". Por então, foi "ocupado por serviços públicos"; em 1910, "o edifício sofre alterações para albergar os Arquivos do Ministério das Finanças e uma esquadra de polícia". Seria alvo de muito mais obras, mas, informava a câmara de Lisboa pouco depois da venda do imóvel em 2014, "a maior parte do edificado mantém-se, embora despojado do seu património integrado e em franco mau estado de conservação" - nesta fase final, era ocupado pela PSP.
O grupo Locke inclui agora no complexo hoteleiro um museu, embora não sejam adiantados ainda pormenores. Na apresentação, porém, salienta-se que "os estúdios de design de interiores envolvidos [Lázaro Rosa-Violán e Post Company] fizeram questão de abordar o projecto com o cuidado que este exigia, devido ao seu legado histórico e cultural, integrando detalhes modernos em harmonia com elementos do passado". A inspiração no "legado" deve sentir-se também nas áreas sociais e nas unidades de alojamento.
Como exemplo, detalham-se a "utilização de tecidos de origem local, bem como cerâmicas e acabamentos em pedra, materiais que representam a essência de Portugal", em contraste "com iluminação contemporânea, mobiliário feito à medida e cozinhas totalmente equipadas".
Com a restauração como grande aposta, o grupo revela para já apenas que "os restaurantes e bares vão ter gestão de dois grupos do Reino Unido especializados em dirigir a operação de espaços de restauração – White Rabbit Projects – e em animação e programação musical – Spiritland". Prometem-se cartas baseadas em "produtos frescos locais".
O Locke de Santa Joana, realça-se, "emerge das ruínas" do convento de Santa Joana, "para se tornar uma unidade hoteleira inovadora na cidade". Apresentando-se como um "grupo hoteleiro dedicado a aparthotéis que combinam design contemporâneo e um estilo de vida", soma, com a estreia portuguesa, 16 propriedades (principalmente em Londres e Grã-Bretanha, mas também em Munique, Berlim e Zurique). "Este é o maior projecto do Locke até à data", assinala-se.
O preço mínimo anunciado é de 200 euros por noite em quarto com varanda, mas no site oficial, onde já abriram reservas, há várias tipologias em oferta, incluindo pequenos estúdios (20m2) desde 104 euros - depois, é sempre a subir, até aos 500 euros por noite (preço de abertura) da suíte Santa Joana, um apartamento que preserva as "características conventuais originais", abençoado com luxos e 75m2.