Europeias 2024: ecocoligação com o Livre, PAN e Volt

Poder-se-ia ter como líder um/a candidato/a do Livre, devido à sua expressão nas legislativas, tendo em segundo lugar um membro do PAN. O resto da lista seria negociado entre as três forças políticas.

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Recente, e publicamente, tenho defendido que para as eleições europeias deste ano, a 9 de Junho, o Livre, o PAN e o Volt deveriam coligar-se e concentrar votos. Mas qual o racional depois do resultado das legislativas?

É que mesmo com um aumento do Livre nas votações e uma manutenção do PAN na Assembleia da República, não é certo que nenhum destes partidos garanta um lugar no Parlamento Europeu. E, considerando que existirá uma tendência de aumento de forças extremistas (negacionistas climáticas e que promovem o fim do projecto europeu, como o Chega), um deputado ecologista português fará toda a diferença.

Se bem que a composição de um possível acordo pré-eleitoral tenha de ser diferente da que propus anteriormente, visto que o poder negocial do Livre aumentou, considero que a maior garantia da eleição do cabeça de lista desta ecocoligação promoverá uma convergência destas forças políticas. Assim, poder-se-ia ter como líder um/a candidato/a do Livre, devido à sua expressão nas legislativas, tendo em segundo lugar um membro do PAN, sendo a restante composição da lista uma negociação entre as três forças políticas. Seria um acordo em termos de candidatos, mas também com algumas linhas orientadoras que cimentassem este apoio com garantias, sobretudo ao PAN, caso esta ecocoligação não elegesse um segundo deputado. Estas garantias poderiam passar pela realização de eventos no Parlamento Europeu, ter acesso a visitas de grupos às instituições, entre outras possibilidades. O Volt, também beneficiaria deste tipo de garantia, mas, naturalmente, numa escala menor.

Ao agregar votos reforçar-se-ia a no ideário social a responsabilidade política de procurar garantir pelo menos um deputado europeu no grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia (ALE), até porque estão todos neste grupo político europeu; demonstrar-se-ia visão política, num cenário altamente extremado; estabelecer-se-ia um compromisso de unir, em vez de dividir, o eleitorado; e lutar-se-ia por mais do que a incerteza de talvez se eleger um deputado europeu ecologista (indo todos separados). A tendência para se pensar que é quase certa a eleição nas europeias por parte do Livre, ou a tentativa de reforço de eleitorado por parte do PAN, poderá levar a todos ficarem à porta, prejudicando assim um compromisso que deve ser maior que a divisão identitária destes três partidos. É que esta ecocoligação pode mesmo almejar lutar pelo segundo ou mesmo terceiro eurodeputado, visto que a concentração de votos beneficia esta tendência de eleger em bloco.

Como digo sempre, haja coragem e visão política e todos ficam a ganhar, sobretudo as causas.

Para que não haja dúvidas ressalvo, mais uma vez, que estou indisponível para pertencer a qualquer cenário pré ou pós-eleitoral desta eventual coligação, estando apenas preocupado em garantir a importante representação de Portugal nos Verdes/ALE durante os próximos cinco anos.

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