Da esfera armilar à “família natural”
Figuras de peso da direita conservadora servem-nos um “rancho” de ideias regressivas que são um ataque às conquistas das mulheres e das pessoas LGBTQIA+.
Era de esperar que os resultados das últimas eleições, pelo que elas mostram de crescimento e reconfiguração da direita, fizessem ressurgir no espaço público o que de mais reacionário existe na sociedade portuguesa. A recente mudança no logótipo do Governo português, com a reintrodução da esfera armilar, das quinas e castelos – símbolos de uma identidade nacional que se quer que continue a ser construída contra o islão e a partir da glorificação da expansão colonial – é disso exemplo, assim como o recente livro Identidade e Família e a apresentação do mesmo por Passos. Figuras de peso da direita conservadora servem-nos um “rancho” de ideias regressivas que são um ataque às conquistas das mulheres e das pessoas LGBTQIA+, como é o caso, entre outras: da lei da paridade entre homens e mulheres; legalização da interrupção voluntária da gravidez; casamento entre pessoas do mesmo sexo; adoção por casais do mesmo sexo; direito à autodeterminação da identidade de género; introdução da Educação para a Igualdade de Género no currículo de Cidadania e Desenvolvimento.
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