Costa no Conselho Europeu? Novo Governo “não terá posição negativa”

Ministro dos Negócios Estrangeiros da AD, Paulo Rangel, considera que Costa tem perfil para cargo europeu

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel Paulo Pimenta
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Se se concretizar a possibilidade de o ex-primeiro-ministro socialista António Costa vir a ocupar um cargo nas instituições europeias, o actual governo da AD não se oporá, por reconhecer que tem perfil para tal. A garantia foi dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, em entrevista à CNN esta sexta-feira à noite.

"Se a questão se puser e quando se puser - essa questão só se vai pôr a seguir às eleições europeias -, eu não tenho dúvidas que o Governo português tomará uma posição sobre isso, e com certeza que não será uma posição negativa", afirmou Paulo Rangel, acrescentando que esse tipo de matérias tem que ser tratado com muita discrição. "Devemos ser cautelosos e prudentes se queremos ter uma posição vencedora. (...) Quem entra Papa, sai cardeal", avisou.

"Em defesa da posição de Portugal e quem conhece bem os meandros europeus – e eu conheço – sabe que discrição é fundamental. E portanto, como eu estou ao serviço dos interesses de Portugal, defendo discrição, nesta como noutras matérias", disse.

Tradicionalmente, a distribuição dos cargos institucionais de topo na UE é decidida em função dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu, devendo reflectir o equilíbrio político saído das urnas e assegurar também a diversidade geográfica e de género, e tem sido negociada em “pacote”, com a escolha, em simultâneo, dos presidentes da Comissão, do Conselho Europeu, do Parlamento Europeu, e ainda do Alto Representante para a Política Externa (a chefia da diplomacia europeia).

António Costa continua a ser um nome muito falado em Bruxelas e que reúne vários apoios para suceder a Charles Michel, apesar da demissão do cargo de primeiro-ministro devido uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado, e de manter que a possibilidade de assumir a presidência do Conselho Europeu é neste momento “especulativa”, pois o que vai acontecer não depende de si, “mas de outras instâncias”.

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