Chega pede a Montenegro que “reconsidere nomeação” da ministra Margarida Blasco
André Ventura alega que existe “um certo descontentamento das forças policiais” em relação à nomeação de Margarida Blasco para ministra da Administração Interna.
O líder do Chega pediu esta segunda-feira ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, que "reconsidere a nomeação" de Margarida Blasco para ministra da Administração Interna e dê preferência a "alguém mais próximo das preocupações das forças de segurança".
André Ventura falou aos jornalistas antes de uma breve visita ao Mercado da Ribeira, em Lisboa, na véspera da tomada de posse do novo Governo, para defender que uma mudança do titular da Administração Interna seria "muito positiva para baixar a tensão com as forças de segurança, neste momento muito elevada".
O presidente do Chega afirmou que, enquanto inspectora-geral da Administração Interna, Margarida Blasco "provocou mal-estar entre os polícias, com acusações de racismo" e alegou existir "um certo descontentamento das forças policiais sobre esta nomeação".
Instado a especificar estas críticas, o presidente do Chega disse que Margarida Blasco "criticou severamente o comportamento de vários polícias, nomeadamente quando foi o caso do Bairro da Jamaica" e "chegou a falar de polícias que tinham de ser erradicados".
"Eu acho que num momento de tensão com as forças de segurança nós merecíamos uma ministra ou um ministro da Administração Interna mais próximo das preocupações das forças de segurança, dos guardas prisionais, das várias forças policiais" e que consiga "estabilizar o ambiente entre as polícias e o poder político", defendeu.
André Ventura assinalou que o partido deu entrada na Assembleia da República, conforme tinha anunciado, com um projecto de lei para que o suplemento atribuído à Polícia Judiciária seja alargado a outras forças e serviços de segurança.
De acordo com o projecto, consultado no site do parlamento, o Chega quer atribuir este suplemento à PSP, GNR, guardas prisionais, "ao pessoal da carreira de guarda-florestal, em funções no Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR", militares dos três ramos das Forças Armadas e Polícia Marítima.
O partido quer que este suplemento seja aplicável também "aos órgãos da administração tributária e da Segurança Social, quando em exercício de funções de autoridade de polícia criminal" e também "aos trabalhadores da carreira especial de inspecção da ASAE, quando em funções de órgão de polícia criminal ou de autoridade de polícia criminal".
André Ventura apelou ao PSD e ao CDS-PP para que aprovem esta proposta, que quer agendar para discussão "com urgência".